Nas palavras de Fábio Coelho, em entrevista à agência espanhola EFE, o Brasil é "um dos países com a economia digital mais dinâmica, em que o digital tem uma grande capacidade de melhorar a vida das pessoas, assim como para impulsionar empresas de todos os tamanhos".
Um dos maiores especialistas em Segurança e Tecnologia da Informação no Brasil e diretor-executivo da empresa Coaliza, voltada para esses nichos, Lincoln Werneck afirmou à Sputnik Brasil que o Google está certa ao eleger o país entre as economias digitais mais dinâmicas.
"Este é um país de pessoas conectadas, muito embora a totalidade do país ainda não esteja inteiramente coberta pela Tecnologia da Informação", disse Werneck. "Mas o Brasil evolui e tem sabido demonstrar como é importante acompanhar o dinamismo da era digital."
A seguir, a entrevista exclusiva de Lincoln Werneck à Sputnik Brasil.
Lincoln Werneck: Concordo, ele está correto em ter esta visão do Brasil. O próprio Google mundial está correto, porque o Brasil hoje é um dos cinco países mais conectados do mundo. Nós não temos uma banda larga de excelência, diferentemente de outros países como Bahrein, Islândia, Finlândia, EUA e Japão, mas temos uma população muito conectada, temos uma venda de smartphones muito grande, de laptops, e que tende a aumentar apesar da crise e de o Governo ter tirado o incentivo dos smartphones. Em novembro os smartphones sofrerão um aumento de preços. Temos uma população muito conectada por 'n' motivos: pela questão das vendas maciças de smartphones; hotspots; acesso ao wi-fi livre; os planos pré-pagos das nossas operadoras ressaltando que a Anatel ainda não consegue fazer um trabalho de fiscalização que todos nós gostaríamos, mas as pessoas se conectam fortemente no sistema pré-pago. E o Google está vendo isso, ela tem as medições e enxerga isso como um potencial de mercado muito grande. É importante ressaltar que esta visão do Google está trazendo também a questão da internet das coisas.
S: A internet aplicada nos objetos que nós usamos no dia a dia?
LW: Isso. É o futuro. Existem muitas críticas em relação a isso, a questão da privacidade, da intimidade, ou seja, os cibercriminosos poderão acessar a nossa TV, nossa geladeira, e os dispositivos conectados em nossa casa para tornar a casa inteligente. É a tão sonhada casa dos 'Jetsons', mas ainda não chegamos lá. Há o lado bom da internet das coisas, pois podemos monitorar nossa casa à distância, podemos fazer um controle melhor daquilo que temos de tecnologia em casa. Há quem tenha câmera e porta automática e controla isso de fora. E o Google está vendo, nessa medição que eles devem estar fazendo, esse boom crescente na internet e, principalmente, nas buscas. O Google é uma potência, é a maior empresa do mundo do tipo de buscador, é dona do YouTube, dona de projetos gigantescos, e ela vai buscar empresas para patrocinarem e investirem no marketing junto ao Google para vender através de sua plataforma.
LW: Ele está correto em sua visão. É importante termos essa visão da economia que a gente vive hoje. Estamos vivendo uma situação muito difícil no Brasil, mas quando olhamos para o lado do conteúdo da internet, é um campo muito rico, onde as pessoas consomem o digital, onde buscam informações. A televisão está perdendo muita audiência para a internet, e o Google, como uma empresa de negócios, uma empresa de marketing, que vende seu negócio na plataforma web, vai correr atrás e alcançar o maior público possível para alavancar suas vendas e levar negócios para essa população.