O ministro de Estado sírio para Questões da Reconciliação Nacional, Ali Haidar, concedeu uma entrevista à Sputnik na qual comentou a eficácia de processo da reconciliação local síria e a operação aérea russa para combater o terrorismo na Síria.
Comentando o efeito da operação russa na Síria e respondendo à pergunta se a operação irá acelerar a possível vitória do exército sírio sobre o terrorismo, Haidar disse:
“Sem dúvida, 100 %. Ela tornou-se uma nova etapa de desenvolvimento da situação na arena de combate e garantiu a base favorável para novos êxitos do exército sírio no terreno que agora vemos.”
Vale mencionar que a Síria vive em estado da guerra permanente desde 2011 e, segundo os dados da ONU, já perdeu mais de 230 mil pessoas. As tropas do governo sírio combatem vários grupos rebeldes e organizações militares, bem como grupos terroristas, inclusive o Estado Islâmico e a Frente al-Nusra.
Mais cedo, o ministro sírio da informação, Omran Zoubi, na entrevista à Sputnik disse que o seu país está mais interessado em nova ronda de negociações em Moscou, do que em Genebra. Ali Haidar está de acordo com o seu colega:
“Durante a minha última visita a Moscou, cerca de um mês atrás, eu, como representante da oposição popular, após reuniões com os senhores Bogdanov [o vice-chefe da chancelaria russa] e Naumkin [moderador das negociações] disse em coletiva que sou a favor de Moscou-3 e não de Genebra-3.”
Segundo o político sírio, os encontros para resolver a crise síria em Genebra devem ser realizados “quando for criada a atmosfera para começo do diálogo entre as partes sírias”.
“Mas a atmosfera atualmente não existe, os EUA e os países ocidentais não favorecem de maneira nenhuma o êxito deste processo”, frisou o ministro.
Segundo opinou Ali Haidar, ao contrário de Genebra-2, a primeira e segunda rondas das negociações em Moscou criaram o ambiente favorável para o início das negociações entre oposição e governo sírios.
Em 30 de setembro, a pedido do presidente sírio Bashar Assad, a Rússia iniciou ataques localizados contra as posições do Estado Islâmico na Síria. Além disso, os navios da Frota do Mar Cáspio lançaram 26 mísseis de cruzeiro contra os territórios controlados pelos jihadistas.
O embaixador sírio na Rússia, Riad Haddad, confirmou que as missões aéreas são realizadas contra organizações terroristas armadas, e não contra grupos da oposição política ou civis.
Segundo o ministro da Reconciliação Nacional, “o exército sírio precisava de apoio dos amigos, fossem a Rússia, o Irã ou outros”.
Ali Haidar também sublinhou especialmente que os territórios libertados no resultado das ações conjuntas do exército sírio e da Força Aérea russa serão “o ponto de partida para a libertação do resto dos territórios”:
“Já que todos compreendem que a liquidação dos terroristas não pode ser limitada às operações aéreas. O alvo dos ataques aéreos são postos de comando, campos e locais de concentração dos militantes. Mas, mesmo assim, continuam existindo batalhões armados e para os combater são precisas operações no terreno, realizados pelo exército sírio. Tudo o que foi feito nas últimas semanas realmente nos permitiu ganhar meses de trabalho e devolveu ao exército sírio a possibilidade de combater no terreno.”
Somando os últimos resultados dos combates, Ali Haidar destacou que as ações do exército sírio só beneficiam o processo de pacificação nacional.
“As operações militares e os êxitos na frente sempre ajudam os processos de paz. Graças à ótima coordenação entre nós e o Ministério da Defesa, em muitos casos as ações militares foram suspensas por um tempo para o processo da reconciliação local”.