O dia foi bastante exaustivo para os chanceleres hoje em Viena. Após uma série de encontros fechados à mídia, o russo Sergei Lavrov explicou de que assuntos se tratava.
Em entrevista coletiva depois do encontro com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, Lavrov disse:
"Nós expressamos uma série de ideias específicas para todos os assuntos discutidos com os nossos colegas dos Estados Unidos, Turquia e Arábia Saudita, essas ideias terão continuação, espero. Nós concordamos em continuar contatos, e nós enfatizamos a necessidade de assegurar-nos de que seja simultaneamente com o começo do diálogo intersírio".
Além disso, frisou, respondendo a uma pergunta dos jornalistas, que "o quarteto criado hoje não irá usurpar a solução da crise síria", mas será inclusivo.
Nomeadamente, dois países mais devem participar, segundo Lavrov, deste processo:
"Os contatos futuros devem ser realizados em um formato representativo, o que implica o envolvimento de uma série de países da região, inclusive, conforme sublinhamos, o Irã e o Egito".
Já o "grupo de apoio" na solução da crise síria deve ser integrado por cerca de doze países, disse o ministro.
"Todos queremos que esta crise seja resolvida através da restauração da integridade territorial e a independência da Síria como um Estado soberano — como um Estado secular, onde os direitos de todos os grupos religiosos e étnicos são garantidos sem exceção", ressaltou.
Campanha midiática
Continuando o seu discurso, o chanceler russo desmentiu rumores sobre o eventual acordo deste novo "quarteto' de preparar a base para a renúncia do presidente da Síria, Bashar Assad. "Isso não é verdade", frisou.
"Claro que haverá especulação. A especulação surgiu antes mesmo da realização deste encontro. Eu ouvi que são até espalhados rumores afirmando que foi acordado, quem sabe onde, que em um período determinado, Bashar Assad deverá sair. Isso não é o caso", disse Lavrov.
O ministro explicou que a posição adotada por ele e os seus colegas "é uma fórmula muito simples". É assim: "O futuro da Síria, o futuro do presidente sírio, o futuro de quaisquer outros indivíduos deve ser decidido unicamente pelo povo sírio".
Campanha aérea
Em 30 de setembro, a Rússia autorizou, após pedido correspondente de Damasco, o envio da sua Força Aeroespacial à Síria para realizar golpes aéreos contra alvos do Estado Islâmico (grupo terrorista proibido na Rússia). Desde o início da operação, 934 voos de combate foram realizados, 819 alvos dos terroristas foram destruídos.