Asterix e WikiLeaks: Julian Assange inspira cartunistas

© REUTERS / Charles PlatiauOs autores Jean-Yves Ferri (direita) and illustrator Didier Conrad (esquerda) posa ao lado do cartaz de Obelix and Asterix em Vanves, perto de Paris, França, Outubro 13, 2015
Os autores Jean-Yves Ferri (direita) and illustrator Didier Conrad (esquerda) posa ao lado do cartaz de Obelix and Asterix em Vanves, perto de Paris, França, Outubro 13, 2015 - Sputnik Brasil
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O fundador do WikiLeaks inspirou os autores das aventuras de Asterix, que introduziram um novo personagem: um jornalista investigativo gaulês.

O fundador do WikiLeaks se tornou a estrela dos últimos quadrinhos sobre Asterix, que estão sendo lançados na quinta-feira (22). Julian Assange apresenta um jornalista investigativo implacável chamado 'Doublepolemix' no original em francês, e 'Confoundtheirpolitix' na tradução para inglês, que também tem uma semelhança física com Assange.

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Na série de quadrinhos os protagonistas continuam sendo Asterix e Obelix, assim como os habitantes da aldeia pequena mas independente na Gália, que também se mantêm. A série narra sobre os esforços dos moradores de resistir à ocupação romana, com a ajuda de uma poção mágica que dá força sobre-humana.

Na última edição, intitulada "O Papiro de César" o jornalista investigativo "Doublepolemix", prova ter merecido a sua reputação contrabandeando um papiro de Roma para a aldeia gaulesa na atual Bretanha: o último bastião de resistência que os romanos não conseguiram conquistar.

O papiro obtido por Doublepolemix revelou a verdade sobre as campanhas militares de César na Gália, incluindo as suas derrotas repetidas contra os rebeldes gauleses da aldeia, fatos que foram expurgados da versão oficial da Guerra das Gálias.

"Se isso se torna público, irá causar um escândalo que dividirá todo o reino", diz Doublepolemix a Asterix, Obelix e ao resto dos heróicos aldeões, acrescentando que é seu dever fazer os poderosos prestar contas.

A última edição é o 35º livro da série, com base nos quais foram feitos 13 filmes. A última banda desenhada foi escrita por Jean-Yves Ferri e ilustrada por Didier Conrad, que o criaram por dois anos com o cartunista veterano Albert Uderzo, autor dos primeiros quadrinhos com o escritor Rene Goscinny em 1959.

A Sputnik entrevistou Jean-Yves Ferri que disse que a banda desenhada se baseou nas notas de César sobre a guerra da Gália e que os autores só utilizaram os traços físicos de Julian Assange. 

“O herói se chama Doublepolemix, embora quase o tenhamos chamado Wikilix, mas o nome Doublepolemix é mais preciso. Sabem, na França se pode ouvir todo o tempo falar de polêmica, contra-polêmica, doublepolêmica… É um tipo de caricatura”.

O autor também disse que, durante os trabalhos, os criadores não entraram em contato com Julian Assange, acrescentando que eles nunca usam diretamente as últimas notícias. No entanto, ele prometeu que também no futuro os quadrinhos sobre Asterix vão levantar os temas sociais mais importantes.

"Na verdade, nos quadrinhos sobre Asterix não há uma tradição de envolver os personagens reais. Mas hoje em dia as comunicações são tão importantes que talvez este personagem [Doublepolimix] possa ser visto na próxima edição", afirmou Jean-Yves Ferri.

"O papiro de César” será publicado em 15 países em todo o mundo e traduzido em 20 línguas. Além de Asterix e Obelix, os nomes do resto dos personagens são diferentes em cada língua.

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