No mês passado, vários oficiais do Pentágono flertaram com a ideia de enviar navios de guerra ao mar do Sul da China. Como protesto contra a construção — por parte da China — de ilhas artificiais no arquipélago Spratly, a Marinha americana informou que navegará dentro do limite territorial de 12 milhas náuticas.
"Os Estados Unidos vão voar, navegar e operar onde quer que as leis internacionais permitam", disse o secretário de Defesa do país, Ash Carter, em uma entrevista coletiva no mês passado.
Nesta segunda, um oficial de Defesa dos EUA confirmou à agência Reuters que tal plano será, de fato, levado adiante — e em breve. Nas próximas 24 horas, o contratorpedeiro USS Lassen será enviado para patrulhar as águas territoriais chinesas próximas às ilhas.
Segundo o oficial, o navio provavelmente terá a companhia de um P-8A, o avião de espionagem mais avançado do Pentágono, que já vem operando na região para monitorar o progresso nas construções de Pequim. A fonte informou também que mais patrulhas podem ser enviadas nas próximas semanas.
"Nunca permitiremos que qualquer país viole as águas territoriais e o espaço aéreo da China nas Ilhas Spratly em nome da proteção à liberdade de navegação e de sobrevoo", disse a porta-voz do ministério, Hua Chunying, aos jornalistas.
Com quase US$ 5 trilhões em mercadorias circulando pelo mar do Sul da China anualmente, a região é altamente contestada. A China alega ter direito à maior parte das águas, mas países como Vietnã, Brunei, Filipinas, Malásia e Taiwan fazem alegações semelhantes.
Os Estados Unidos não têm direito a nenhuma parte da região, mas vem criticando as alegações chinesas e acusando o país de buscar brechas nas leis internacionais. Pequim sustenta que tem todo direito de construir dentro de seu próprio território e afirma que as ilhas serão utilizadas para propósitos humanitários.