Estado Islâmico não tem escrúpulos quando o assunto é dinheiro

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Bandeira do Estado Islâmico - Sputnik Brasil
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O grupo terrorista Estado Islâmico tem recorrido praticamente a todos os meios possíveis para ganhar dinheiro inclusive tráfico de órgãos, sequestros, narcotráfico, venda de artefatos desfalcados e escravidão sexual de crianças.

Em entrevista à Sputnik, um cientista político destacado do Irã, Emad Abshenass, disse que o Estado Islâmico não hesita em usar meios internacionalmente proibidos para obter financiamento.

Segundo Abshenass, o orçamento do Estado Islâmico inicialmente estava composto de três itens. O primeiro eram as finanças do grupo de apoiantes do partido Baath de Saddam Hussein e dos militantes que juntaram-se depois da queda do governo iraquiano. O segundo foi o financiamento de parte de al-Qaeda, e o terceiro, a ajuda financeira dos países do Golfo Pérsico.

A member of the Syrian government forces walks next to a well at Jazel oil field, near the ancient city of Palmyra in the east of Homs province after they retook the area from Islamic State (IS) group fighters on March 9, 2015 - Sputnik Brasil
Ataques russos reduzem receita do Estado Islâmico com petróleo
Abshenass destaca que além disso, terroristas lucram das atividades ilegais vendendo petróleo e artefatos históricos e culturais obtidos na Síria e no Iraque no mercado negro. Também sequestram crianças e retêm-nos para receber montantes de resgate, praticam escravidão, envolvem-se no tráfico de armas e órgãos humanos.

“Esta organização terrorista todo os meios proibidos pelo direito internacional para ganhar dinheiro”, destacou Abshenass. “Em regiões onde o Estado Islâmico tem influência e poder, tráfico de drogas é uma coisa habitual”.  

Um outro especialista político iraniano, Mosayeb Na’imi, disse à Sputnik que a expansão do Estado Islâmico se tornou possível devido ao financiamento dos países ocidentais e seus aliados no Oriente Médio.

“Apesar de facto de que os EUA hoje declaram por todo o mundo que alegadamente […] lutam contra o Estado Islâmico, com efeito, financiam e apoiam de todos os modos os grupos terroristas que compartilham a ideologia do Estado Islâmico. São tais grupos terroristas como a Ahrar al-Sham e Frente al-Nusra que cometeram massacres em massa dos civis inocentes”, afirmou Na’imi.

Combatentes do Estado Islâmico (EI). - Sputnik Brasil
EUA não conseguiram impedir comércio de petróleo do Estado Islâmico
Segundo Na’imi, o arsenal de armas e grandes despesas do Estado Islâmico para sustentar os seus militantes em território tão grande, mais de 400 mil km, e a escala de crimes e atrocidades deste grupo terrorista indicam o financiamento imenso e ajuda militar e logística dos que são interessados em continuar a guerra na Síria.

“É importante sublinhar mais uma mentira dos EUA sobre o fato de que alegadamente lançaram aos militantes produtos alimentícios, medicamentos e armas. Assim, por trás do Estado Islâmico estão os atores muito influentes e ricos, EUA, Arábia Saudita, Catar e os seus aliados”.

Na’imi disse que o Estado Islâmico fornece petróleo através de corretores da Turquia e de Israel aos compradores pró-ocidentais.

Rebelde em frente à refinaria de petróleo, após captura pelas forças opositoras ao governo da cidade de Ras Lanouf, no Leste da Líbia - Sputnik Brasil
Segundo ex-agente da CIA, o oleoduto clandestino do Estado Islâmico passa pela Turquia
Emad Abshenass ecoou a sua opinião, dizendo que o maior fluxo de petróleo produzido pelo Estado Islâmico se realiza através a Turquia.

“As atividades do Estado Islâmico é uma das razões principais de que o preço mundial de petróleo caiu porque a organização terrorista vende petróleo de preço bastante baixo (de cerca de 2 vezes mais baixo que o do mercado) aos corretores negros da Turquia e Jordânia”, afirmou Abshenass.

Também o especialista iraniano notou que uma parte muito grande do orçamento do Estado Islâmico é receitas do tráfico de drogas.

“Um dos recursos financeiros do Estado Islâmico é a venda de órgãos humanos. Entre os comandantes rebeldes dos militantes tais ações são permitidas e lícitas, extrair órgãos das pessoas vivas que não partilham visões e a ideologia do Estado Islâmico e depois vendê-los no mercado negro aos contrabandistas”, frisou Abshenass.

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