Em entrevista à Sputnik, um cientista político destacado do Irã, Emad Abshenass, disse que o Estado Islâmico não hesita em usar meios internacionalmente proibidos para obter financiamento.
Segundo Abshenass, o orçamento do Estado Islâmico inicialmente estava composto de três itens. O primeiro eram as finanças do grupo de apoiantes do partido Baath de Saddam Hussein e dos militantes que juntaram-se depois da queda do governo iraquiano. O segundo foi o financiamento de parte de al-Qaeda, e o terceiro, a ajuda financeira dos países do Golfo Pérsico.
“Esta organização terrorista todo os meios proibidos pelo direito internacional para ganhar dinheiro”, destacou Abshenass. “Em regiões onde o Estado Islâmico tem influência e poder, tráfico de drogas é uma coisa habitual”.
Um outro especialista político iraniano, Mosayeb Na’imi, disse à Sputnik que a expansão do Estado Islâmico se tornou possível devido ao financiamento dos países ocidentais e seus aliados no Oriente Médio.
“Apesar de facto de que os EUA hoje declaram por todo o mundo que alegadamente […] lutam contra o Estado Islâmico, com efeito, financiam e apoiam de todos os modos os grupos terroristas que compartilham a ideologia do Estado Islâmico. São tais grupos terroristas como a Ahrar al-Sham e Frente al-Nusra que cometeram massacres em massa dos civis inocentes”, afirmou Na’imi.
“É importante sublinhar mais uma mentira dos EUA sobre o fato de que alegadamente lançaram aos militantes produtos alimentícios, medicamentos e armas. Assim, por trás do Estado Islâmico estão os atores muito influentes e ricos, EUA, Arábia Saudita, Catar e os seus aliados”.
Na’imi disse que o Estado Islâmico fornece petróleo através de corretores da Turquia e de Israel aos compradores pró-ocidentais.
“As atividades do Estado Islâmico é uma das razões principais de que o preço mundial de petróleo caiu porque a organização terrorista vende petróleo de preço bastante baixo (de cerca de 2 vezes mais baixo que o do mercado) aos corretores negros da Turquia e Jordânia”, afirmou Abshenass.
Também o especialista iraniano notou que uma parte muito grande do orçamento do Estado Islâmico é receitas do tráfico de drogas.
“Um dos recursos financeiros do Estado Islâmico é a venda de órgãos humanos. Entre os comandantes rebeldes dos militantes tais ações são permitidas e lícitas, extrair órgãos das pessoas vivas que não partilham visões e a ideologia do Estado Islâmico e depois vendê-los no mercado negro aos contrabandistas”, frisou Abshenass.