O ministro propõe à Alemanha, França, Bélgica, Holanda e Luxemburgo estabelecer um "clube" unido, mas separado dos outros. "Eu cresci com a ideia de uma Europa a duas velocidades, mas agora, aparentemente, está a hora de construir uma Europa em forma de dois círculos sobrepostos. Na intersecção pode haver uma moeda comum e condições para a integração de vários parâmetros, incluindo a cooperação militar", disse o ministro italiano.
A proposta da Itália é reforçar a integração europeia utilizando o bloco dos países fundadores da Comunidade Europeia (a Alemanha, a França, a Bélgica, a Holanda e o Luxemburgo) para avançar. As reações iniciais foram positivas e, de acordo com Gentiloni, os seis países vão se reunir em Roma nos próximos meses".
Segundo Gentiloni, a Itália poderia desempenhar um papel de mediadora nas questões e situações difíceis na Europa e no mundo.
O professor italiano Raffaele Marchetti, do Departamento das Relações Internacionais da Universidade LUISS Giudo Carli, disse à Sputnik que esta carta é uma tentativa da Itália de voltar ao centro da política internacional.
O governo foi praticamente removido dos processos a nível da UE, e esta carta, do ponto de vista da geopolítica, mostra que a Itália toma mais uma vez a iniciativa e tenta recuperar o seu papel ativo e significativo.
Segundo Giudo Carli, existem as razões especiais, relacionados com o problema dos imigrantes. Em particular, o problema da Líbia é muito importante para a Itália, uma vez que é da Líbia que provém o maior número de imigrantes. O governo italiano está muito interessado na estabilização da situação.
Por isso, a Itália propõe uma união dos países-fundadores da UE, que têm peso histórico e estão usando uma moeda única, e tentar construir sobre esta base, um grupo central. Depois ele pode ser ampliado para incluir os países que estão de acordo com o grupo sobre várias questões.
Na prática, é o retorno à velha ideia de uma Europa a duas velocidades. No futuro próximo, em Roma deve ocorrer a reunião dos "seis" sobre a proposta de Gentiloni. Durante o encontro deve ser elaborada uma postura comum sobre a imigração, a economia e as sanções contra a Rússia.