Itália apresenta plano de renascimento da Europa

© AP Photo / Ebrahim NorooziMinistro das Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni
Ministro das Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni - Sputnik Brasil
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Ministro das Relações Exteriores italiano Paolo Gentiloni fez às autoridades de cinco países fundadores da UE uma proposta revolucionária.

O ministro propõe à Alemanha, França, Bélgica, Holanda e Luxemburgo estabelecer um "clube" unido, mas separado dos outros. "Eu cresci com a ideia de uma Europa a duas velocidades, mas agora, aparentemente, está a hora de construir uma Europa em forma de dois círculos sobrepostos. Na intersecção pode haver uma moeda comum e condições para a integração de vários parâmetros, incluindo a cooperação militar", disse o ministro italiano.

A proposta da Itália é reforçar a integração europeia utilizando o bloco dos países fundadores da Comunidade Europeia (a Alemanha, a França, a Bélgica, a Holanda e o Luxemburgo) para avançar. As reações iniciais foram positivas e, de acordo com Gentiloni, os seis países vão se reunir em Roma nos próximos meses".

Segundo Gentiloni, a Itália poderia desempenhar um papel de mediadora nas questões e situações difíceis na Europa e no mundo.

O professor italiano Raffaele Marchetti, do Departamento das Relações Internacionais da Universidade LUISS Giudo Carli, disse à Sputnik que esta carta é uma tentativa da Itália de voltar ao centro da política internacional.

O governo foi praticamente removido dos processos a nível da UE, e esta carta, do ponto de vista da geopolítica, mostra que a Itália toma mais uma vez a iniciativa e tenta recuperar o seu papel ativo e significativo.

Segundo Giudo Carli, existem as razões especiais, relacionados com o problema dos imigrantes. Em particular, o problema da Líbia é muito importante para a Itália, uma vez que é da Líbia que provém o maior número de imigrantes. O governo italiano está muito interessado na estabilização da situação.

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É óbvio que a UE está passando por um período muito difícil, devido à crise econômica e instabilidade geopolítica mundial, em particular na África, no Oriente Médio, na Ucrânia. Tudo isso prejudica a UE, porque, à luz destes problemas, a oposição e os partidos nacionalistas ganham força na sua luta por um lugar no governo.

Por isso, a Itália propõe uma união dos países-fundadores da UE, que têm peso histórico e estão usando uma moeda única, e tentar construir sobre esta base, um grupo central. Depois ele pode ser ampliado para incluir os países que estão de acordo com o grupo sobre várias questões.

Na prática, é o retorno à velha ideia de uma Europa a duas velocidades. No futuro próximo, em Roma deve ocorrer a reunião dos "seis" sobre a proposta de Gentiloni. Durante o encontro deve ser elaborada uma postura comum sobre a imigração, a economia e as sanções contra a Rússia.

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