Rússia se dispõe a prover toda a demanda de gás do Japão

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A Rússia está preparada para atender a totalidade da demanda de gás natural do Japão, segundo afirmou o CEO da Rosneft, Igor Sechin, em uma conferência internacional sobre a cooperação energética russo-japonesa que começou nesta sexta-feira (6) em Tóquio.

"No geral, nós temos os recursos, e estamos prontos para atender completamente toda a demanda japonesa de gás", disse o diretor-executivo da companhia majoritariamente controlada pelo governo russo, acrescentando que isso exigiria infraestrutura apropriada e investimento em produção de gás.

O projeto de exploração de petróleo e gás Sakhalin-2, desenvolvido na ilha russa de Sakhalin, ao norte do Japão, e controlado pela estatal russa Gazprom, atualmente fornece ao arquipélago nipônico a maior parte de seu gás natural liquefeito (GNL). 

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Segundo Sechin, porém, a Rosneft está exortando as empresas japonesas a colaborar na construção de uma nova fábrica de GNL no Extremo Oriente, provavelmente no sul da ilha de Sakhalin. Por enquanto, disse ele, as partes estão discutindo e avaliando o projeto.

A Gazprom, maior empresa da Rússia e maior exportadora de gás natural do mundo, assumiu o controle de Sakhalin-2 depois que o consórcio Sakhalin Energy, que tinha um contrato para produzir gás na região sem um parceiro local, começou a ser duramente criticado em 2005 e 2006 devido a questões ambientais. Um processo judicial sobre a violação das normas ambientais russas foi aberto e, no final de dezembro de 2006, a Gazprom assumiu 50% + 1 das ações do projeto, assinando um acordo com a Royal Dutch Shell. Na época, o presidente russo Vladimir Putin compareceu à cerimônia de assinatura do acordo e afirmou que as questões ambientais haviam sido resolvidas. 

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Em fevereiro de 2009, Sakhalin-2 deu origem à primeira fábrica de gás natural liquefeito na Rússia. Além da infraestrutura terrestre, o projeto desenvolve também o depósito de petróleo de Piltun-Astokhskoye e o depósito de gás natural Lunskoye no mar de Okhotsk.

O projeto Sakhalin-1, por sua vez, é um consórcio formado para a localização e produção de petróleo e gás envolvendo três depósitos na região: Chaivo, Odoptu e Arkutun-Dagi, ao nordeste da ilha russa. Operado pela Exxon Neftegas Ltd. (subsidiária da multinacional norte-americana ExxonMobil), que detém 30% de participação no empreendimento, o projeto também é partilhado pela Rosneft, pela japonesa Sodeco e pela Corporação de Petróleo e Gás Natural da Índia (ONGC), que possuem 20, 30 e 20 por cento, respectivamente.

Os três depósitos contêm um volume estimado de 307 milhões de toneladas métricas de petróleo e 485 bilhões de metros cúbicos de gás. Anteriormente, a ExxonMobil pleiteou o direito de exportar gás de Sakhalin, mas, sob a lei russa, só a Gazprom pode exportar o produto.

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A Gazprom, acionista majoritária do consórcio que opera Sakhalin-2, tem repetidamente tentado chegar a um acordo com a Exxon e a Rosneft para a compra de gás de Sakhalin-1, a fim de expandir o projeto Sakhalin-2. No entanto, a multinacional norte-americana se recusa a vender o gás russo nos preços domésticos, e a Gazprom se recusa a pagar os preços de exportação.

Portanto, todo o gás de Sakhalin-1 está atualmente sendo bombeado de volta para a os depósitos subterrâneos. Os parceiros da Rússia no projeto manifestaram diversas vezes a intenção de transportar o gás do norte de Sakhalin para uma fábrica de GNL que seria construída pela Rosneft e pela ExxonMobil no sul da ilha.

Em relação ao petróleo, Sechin indicou que a exportação russa para o Japão aumentou 20% entre janeiro e agosto de 2015, em comparação com o mesmo período do ano passado, apesar da queda mútua no comércio bilateral dos dois países.

“Apesar do declínio do comércio entre Rússia e Japão este ano em termos de valor, a exportação de petróleo da Rússia para o Japão aumentou 20% ano-a-ano em janeiro-agosto de 2015”, disse o CEO da Rosneft, afirmando que “a esfera energética da economia russa, incluindo as exportações de combustível, mantém um nível bastante alto de estabilidade”.  

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