Pentágono usa 'ameaça russa' como desculpa para gastos exorbitantes

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Segundo o jornalista americano Jason Ditz, o Departamento de Defesa dos EUA está desesperadamente tentando justificar seus altos gastos com a modernização de armas nucleares.

Members of the US Army B Company, 2nd Battalion, 8th Cavalry Regiment, 1st Brigade Combat Team, 1st Cavalry Division attend a military exercise 'Iron Sword 2014', at the Gaiziunu Training Range in Pabrade some 60km.(38 miles) north of the capital Vilnius, Lithuania - Sputnik Brasil
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Em seu último discurso em um fórum de Defesa na Califórnia, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ash Carter, ressaltou que o Pentágono está atualizando e melhorando os planos operacionais e modernizando o arsenal nuclear do país para "conter a agressão russa".

Segundo Jason Ditz, editor do site Antiwar.com, o motivo para a declaração de Carter é óbvio e não tem relação alguma com uma ameaça imaginária da Rússia.

Desde 2010, o governo Obama vem avançando com um plano de "reconstruir e sustentar o antigo arsenal nuclear dos Estados Unidos." Em texto publicado também em 2010, Ditz já pedia atenção para o fato de o Presidente Obama buscar US$ 80 bilhões para custear armas nucleares, apesar de seu discurso de querer um desarmamento nuclear total.

"Longe de uma reação à situação na Ucrânia, o governo Obama vinha empurrando esta manobra e seu crescente preço desde o começo de 2010. Muitos anos antes da (crise na) Ucrânia e durante o período que marcou as melhores relações entre EUA e Rússia em muito tempo", escreve o jornalista americano em seu mais recente artigo. 

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Não seria nada fácil justificar gastos tão altos em um período pós-Guerra Fria e sem ameaças iminentes. As estimativas dos gastos da modernização nuclear americana estão na casa dos US$ 348 bilhões, segundo Ditz. O jornalista aponta também que muitas ONGs de seu país estimam que us custos ultrapassarão meio trilhão de dólares.

Por causa disso, para aprovar o negócio, Washington precisa, antes de mais nada, identificar uma "ameaça" séria para poder justificar um preço tão alto. 

Após o golpe de estado ucraniano (apoiado pelos EUA), a Rússia foi declarada "ameaça substancial" pelos EUA e pela OTAN. Ambos iniciaram imediatamente um programa com o objetivo de fortalecer a presença militar americana na Europa e modernizar em grande escala os arsenais da OTAN.

"A Rússia subitamente tornar-se uma desculpa reflete o desespero do Pentágono para evitar um debate sério sobre quebrar financeiramente outra geração com gastos em armas nucleares avançadas décadas depois do término da Guerra Fria", diz Ditz.

"Com a Rússia no papel de desculpa pronta para a escalada de tensões em algum lugar, provavelmente não haverá muitos questionamentos no Congresso", concluiu o jornalista americano.

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