Segundo Jason Ditz, editor do site Antiwar.com, o motivo para a declaração de Carter é óbvio e não tem relação alguma com uma ameaça imaginária da Rússia.
Desde 2010, o governo Obama vem avançando com um plano de "reconstruir e sustentar o antigo arsenal nuclear dos Estados Unidos." Em texto publicado também em 2010, Ditz já pedia atenção para o fato de o Presidente Obama buscar US$ 80 bilhões para custear armas nucleares, apesar de seu discurso de querer um desarmamento nuclear total.
"Longe de uma reação à situação na Ucrânia, o governo Obama vinha empurrando esta manobra e seu crescente preço desde o começo de 2010. Muitos anos antes da (crise na) Ucrânia e durante o período que marcou as melhores relações entre EUA e Rússia em muito tempo", escreve o jornalista americano em seu mais recente artigo.
Por causa disso, para aprovar o negócio, Washington precisa, antes de mais nada, identificar uma "ameaça" séria para poder justificar um preço tão alto.
Após o golpe de estado ucraniano (apoiado pelos EUA), a Rússia foi declarada "ameaça substancial" pelos EUA e pela OTAN. Ambos iniciaram imediatamente um programa com o objetivo de fortalecer a presença militar americana na Europa e modernizar em grande escala os arsenais da OTAN.
"A Rússia subitamente tornar-se uma desculpa reflete o desespero do Pentágono para evitar um debate sério sobre quebrar financeiramente outra geração com gastos em armas nucleares avançadas décadas depois do término da Guerra Fria", diz Ditz.
"Com a Rússia no papel de desculpa pronta para a escalada de tensões em algum lugar, provavelmente não haverá muitos questionamentos no Congresso", concluiu o jornalista americano.