Na sua coletiva de imprensa semanal, Maria Zakharova frisou que o chanceler russo, Sergei Lavrov, finalmente irá participar do encontro em Viena, planejado para 14 de novembro.
Mais cedo nesta quinta, o líder da oposição síria, Qadri Jamil, que está em Moscou com uma visita com a finaldiade de discutir a coordenação na solução da crise síria, afirmou que não tinha recebido nenhum convite para o encontro. Nem ele, nem as autoridades Damasco, que a coalizão liderada pelos EUA não considera como um parceiro legítimo nas negociações.
Armamentos, de onde vêm?
No entanto, a representante oficial da chancelaria russa frisou também que os grupos terroristas Estado Islâmico e Frente al-Nusra, que atuam no território da Síria e do Iraque (principalmente), continuam obtendo "lotes de armas e munições" de fontes desconhecidas.
"Como podemos ver, a questão sobre a proveniência desses fornecimentos, constantemente levantada pela Rússia, fica sem resposta", frisou Zakharova.
A representante da diplomacia russa destacou também que o Estado Islâmico e outros grupos radicais que atuam no país possem tecnologias de produção das armas químicas e já têm usado armas químicas contra vários adversários, inclusive os destacamentos curdos peshmerga.
Para Maria Zakharova, a iniciativa estadunidense da criação de grupos de trabalho sobre a solução da crise síria na Áustria foi para Moscou "uma surpresa", já que Washington não tinha advertido a Rússia sobre o assunto.
Aliás, o Iraque, Irã, Líbano e União Europeia não foram convidados para enviarem seus representantes aos grupos de trabalho respectivo.
"Nós consideramos as ações dos Estados Unidos de criar grupos de trabalho como um experimento inexitoso.
Inclusive, a chancelaria acusou a agência de notícias Reuters de ter publicado um relatório falos sobre as propostas russas (que não são as da Rússia, segundo o ministério) de solução da situação na Síria.
Dopagem
A representante da chancelaria russa abordou também o recente escândalo esportivo. A Agência Mundial Antidopagem (WADA, na sigla em inglês) trata a Rússia com preconceito, tentando adotar a prática de "punição em massa", frisou Zakharova.
Na segunda-feira da semana em curso, a WADA apresentou um relatório acusando a Rússia de violações na área esportiva, inclusive de provas de dopagem falsas, e exigindo privar a Rússia do direito de participar da Olimpíada no Rio de Janeiro em 2016.
Moscou refuta estas acusações.
Por sua parte, o vice-presidente da Associação Internacional de Federações de Atletas (IAAF), Sergei Bubka, defendeu a Rússia ressaltando que é inaceitável aplicar "punição coletiva" e banir todo um país do esporte mundial