O porta-voz do presidente russo Dmitry Peskov confirmou que em 9 de novembro dois canais de televisão russa TV Pervy e NTV mostraram imagens em que é visível a concepção secreta e os prazos da elaboração do torpedo Status-6.
“Na verdade, alguns dados secretos foram filmados, por isso depois foram deletados. Esperamos que a situação não se repita”, disse o porta-voz do presidente.
Na mídia social russa estão circulando screenshots que mostram que o fabricante do sistema é a empresa Rubin.
O destino do sistema é atacar instalações importantes econômicas do adversário na região costeira e causar dano significativo por via da criação de uma zona larga da contaminação radioativa, o que torna a região não apropriável para a atividade militar ou econômica.
A Rubin constrói submarinos munidos com mísseis balísticos e de cruzeiro. Atualmente, a empresa desenvolve uma série de cruzadores submarinos nucleares estratégicos da 4ª geração que serão “uma parte básica naval das forças nucleares estratégicas da Rússia no século XXI”.
Se trata de um projeto de torpedos de navegação com ogivas nucleares, segundo a fonte da agência de notícias RBC.
“Isto não é um projeto já realizado, mas perspectivo. Se vir os slides com atenção, são apontados os prazos da realização – até 2025”, comunicou o interlocutor da agência.
Há dois portadores possíveis: os submarinos nucleares Belgorod e Khabarovsk, agora na fase de construção.
Igor Korotchenko, especialista russo em assuntos militares, opina que o Status-6 é uma arma perfeita para retaliação:
“A tarefa desta arma é a transportação de uma carga nuclear de grande potência para o litoral do inimigo. Se considerarmos que os EUA desenvolvem ativamente o sistema de defesa antimíssil investindo nele muito dinheiro e planejando criar dentro de 20-25 anos um escudo sólido sobre o território dos EUA, a Rússia com essa criação mostra que temos capacidades para neutralizar quaisquer decisões técnico-militares dos EUA. Mas é preciso compreender que é uma arma de contenção porque contamos que essa arma nunca será utilizada. Mas é importante que o inimigo potencial tenha certeza que será efetuada uma retaliação. E ela pode ser executada não só por meios clássicos quer dizer com uso de vários tipos de mísseis, mas também por meio do Status-6 que representa em si um robô submarino autônomo com ogiva nuclear de potência elevada que pode percorrer até dez mil quilômetros e atingir o alvo destinado. Além da explosão, também aparece um tsunami poderosíssimo que irá trazer consequências catastróficas…”.