O Professor Diego Pautasso, da Unisinos – Universidade do Vale dos Sinos e especialista em países BRICS, afirma que o desapontamento dos BRICS vem já de algum tempo, “dado que as tentativas de reforma do Banco Mundial, do FMI e do sistema Bretton Woods como um todo já têm levado mais de uma década, e a criação do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS e do Arranjo Contingente de Reservas foi uma resposta a essa paralisia decisória no âmbito das grandes organizações internacionais”.
Ainda na reunião dos BRICS, coube à Presidenta Dilma Rousseff fazer um apelo diante das demais lideranças do grupo. Em sua opinião, “os BRICS devem continuar comprometidos com a redução dos riscos à economia global”. E a presidente alinhou quatro aspectos que devem ser observados pelo grupo: aumento do investimento em infraestrutura; redução da volatilidade do mercado financeiro; reforma das instituições financeiras; e redução da pobreza e da desigualdade.
O diretor-executivo do BRICS-PED – Câmara de Promoção e Desenvolvimento Econômico dos BRICS, sediada em Brasília, considera que Dilma Rousseff agiu bem ao fazer essas recomendações. Para Rodrigo Dora, os países BRICS estão num caminho de prosperidade, apesar das dificuldades circunstanciais vividas por alguns dos seus membros, como Brasil e Rússia. Na opinião do especialista, o bloco tem amplas possibilidades de recuperar a projeção que os seus cinco membros haviam atingido.
Por outro lado, segundo ainda Rodrigo Dora, “a questão de a Presidenta Dilma destacar um maior equilíbrio no mercado financeiro vem por conta da depreciação das moedas e do enfraquecimento das nossas divisas frente a esse crescimento do valor do dólar. Isso tem afetado bastante as economias do Brasil e da Rússia. A China, de certa forma, tem conseguido controlar bem esta questão, mas em relação aos BRICS isto afeta bastante, inclusive ao rand sul-africano”.