No Rio de Janeiro, mesmo com chuva, franceses, cariocas e turistas de todas as idades se uniram no Largo do Machado, na Zona Sul da cidade, e, com música, cartazes e flores, lembraram os 129 mortos e centenas de feridos, entre eles 3 brasileiros. O Cristo Redentor, um dos principais símbolos do Rio de Janeiro, também foi iluminado com as cores da bandeira da França.
O Cônsul da França no Rio, Brice Roquefeuil, participou da manifestação e pediu união no combate ao terrorismo, para se manter os valores da sociedade francesa.
"Reafirmar, todos juntos, a nossa adesão ao combate, e em defesa desses valores da República Francesa”.
Em todas as manifestações ocorridas no Brasil os participantes deixaram claro que não se deve ceder ao medo de novos ataques, e que os franceses precisam continuar a viver, porque senão os terroristas sairão vitoriosos.
De acordo com nota da Embaixada da França para a comunidade francesa no Brasil, o protesto teve como objetivo expressar o repúdio à violência, à intimidação e ao ódio, além de reafirmar o compromisso com a liberdade e a democracia. Ainda na nota, o embaixador da França no Brasil, Laurent Bili, agradeceu a todos no Brasil pelas mensagens de apoio após os ataques.
“Eu gostaria de agradecer profundamente a todos aqueles no Brasil que têm nos enviado mensagens de condolências e de solidariedade, e, em primeiro lugar, à mensagem da Presidenta Dilma Rousseff e do governo brasileiro”.
O embaixador ressaltou as palavras do Presidente da França, Fraçois Hollande, de que os terroristas “não podem ter dúvida de que têm diante deles uma França determinada, uma França unida, uma França reunida e uma França que não se deixará impressionar, ainda que hoje ela expresse uma emoção infinita a respeito desse drama e dessa tragédia que é abominável, por ser uma barbárie".
Laurent explicou que muitas medidas foram tomadas imediatamente na França para aumentar a segurança das pessoas, incluindo o restabelecimento dos controles nas fronteiras com os outros países do Espaço Schengen. Ele disse ainda que as fronteiras não estão fechadas, e que as conexões aéreas e ferroviárias internacionais, inclusive com o Brasil, funcionam normalmente.
Ainda de acordo com a nota, até o momento não foi identificada nenhuma ameaça específica contra a comunidade de franceses ou contra os interesses franceses no Brasil, porém, de maneira geral, é recomendado estar atento.
Laurent garantiu que a Embaixada e os Consulados Gerais permanecem em contato direto com as autoridades brasileiras para assegurar que todas as medidas possam ser tomadas, de modo a garantir a segurança da comunidade francesa no Brasil. E, para encerrar, desejou pronta recuperação aos brasileiros feridos durante os ataques e prestou solidariedade aos familiares.
Na Turquia, durante reunião do G20, os líderes dos países participantes fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas na França. Na ocasião, a Presidenta Dilma Rousseff afirmou repúdio aos atos praticados pelo Estado Islâmico e pediu união imediata no combate ao terrorismo.
“Essas atrocidades tornam ainda mais urgente uma ação conjunta de toda a comunidade internacional no combate sem tréguas ao terrorismo”.
Dois brasileiros feridos nos ataques continuam internados, se recuperando, em hospitais de Paris. Segundo a Cônsul do Brasil na França, Maria Edileuza Fontenele Reis, a psicóloga de São Paulo Camila Issa, atingida por tiros e estilhaços de vidro nos braços, pernas e em uma das mãos, foi submetida a cirurgia e seu estado de saúde é estável, sem risco de morte.
O arquiteto Gabriel Sepe, que é do interior de São Paulo e levou três tiros nas costas, também passou por cirurgia. Ele também passa bem, seu estado é estável e também não corre risco de morte.
O outro brasileiro, Diego Mauro, que foi ferido levemente no ataque, também está bem e já recebeu alta médica. Outras 350 vítimas que se feriram nos atentados seguem internadas em vários outros hospitais de Paris. Deste total, 99 pessoas estão em estado grave.