Em sua declaração de responsabilidade, o Estado Islâmico descreveu Paris como "a capital das abominações e perversões". Neste sentido, segundo o jornal francês 20 minutes, o objetivo da organização extremista foi atacar os locais onde os moradores da cidade costumam ir para se divertir.
De fato, ao abrir fogo em bares e restaurantes nos populares 10º e 11º distritos de Paris na noite de sexta-feira, os atacantes miraram nos jovens que estavam apenas curtindo o início do fim de semana.
"O Bataclan, o restaurante Le Petit Camboja e o bar Le Belle Equipe estão todos localizados dentro de um raio de menos de 1,5 km da sede do Charlie Hebdo. O 11º distrito tinha desde então se tornado um dos principais lugares da memória parisiense, incluindo a Praça da República, coberta com mensagens para as vítimas", relata a publicação francesa.
Capa do Libération, de #Paris: "Geração Bataclan – Jovens, festivos, abertos e cosmopolitas". Pura realidade. pic.twitter.com/YXc4LDur8P
— Andrei Netto (@andreinetto) 15 novembro 2015
"Os terroristas suicidas queriam mostrar que eles ainda poderiam tocar em um lugar simbólico que estava sob o controle da polícia, pelo menos na aparência", afirmou o jornal.
Attentats à Paris: Pourquoi ces lieux, pourquoi ces cibles? https://t.co/6sqjApkB4J pic.twitter.com/Od2IGkKTbK
— 20 Minutes (@20Minutes) 14 novembro 2015
"Ataques em Paris: Por que estes lugares, por que estes alvos?"
O 20 minutes explica que a sala de concertos Bataclan – onde a banda americana Eagles of Death Metal tocava para 1,5 mil pessoas na hora do ataque – já tinha sido anteriormente alvo de ameaças por parte de militantes islâmicos. Em agosto, um francês de 30 anos que havia retornado da Síria foi preso e, mais tarde, admitiu durante o interrogatório que um comandante no país árabe havia lhe pedido para realizar um ataque em uma ou mais casas de espetáculos quando ele retornasse para a França.
#Bataclan #ParisAttacks Minute de silence @itele pic.twitter.com/KwxX1LkCqM
— Florence Lozach (@FlorenceLozach) 16 novembro 2015
Três homens-bomba se explodiram do lado de fora do estádio de futebol Stade de France, depois de um deles ter sido barrado na entrada para o amistoso entre França e Alemanha, que seria disputado no local.
Manu Saadia escreve na revista Fusion que a escolha do Stade de France também foi simbólica, um ataque contra a França moderna e contra as tentativas de promover a unidade nacional e o pluralismo.
"Aquele estádio em particular é um dos poucos lugares onde a promessa de uma França mais integrada é realizada, ainda que apenas de forma intermitente", disse ele.
"O time de futebol francês, conhecido como ‘Les Bleus’, é o paradigma do ideal 'black-blanc-beur’ [preto, branco, árabe]. A equipe nacional é a meritocracia republicana em ação, e ela funciona. O Stade de France é o lugar onde uma equipe francesa liderada pelo argelino-francês Zinedine Zidane ganhou o maior troféu no esporte, a Copa do Mundo, em 1998", lembrou Saadia, descrevendo o estádio como um monumento ao sucesso multiétnico.
PHOTO: Evacuation of #stadedefrance stadium after explosions in #Paris https://t.co/zgDNuxWusS (pic @NicolleRKI) pic.twitter.com/rcywZejwJt
— RT (@RT_com) 13 novembro 2015