O evento, que termina nesta quinta-feira (19), reúne 1,5 mil participantes de mais de 120 países, com o objetivo de discutir ações, medidas de prevenção e experiências bem-sucedidas para atingir a meta do Plano Global para a Década de Ações 2011-2020, das Nações Unidas, de reduzir as mortes no trânsito pela metade.
Durante a cerimônia de abertura do evento, nesta quarta-feira(18), a Presidenta Dilma Rousseff lembrou que cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial é gasto com as vítimas de acidentes de trânsito. Dilma enfatizou que é preciso um trabalho maior de conscientização para promover uma nova cultura no trânsito mundial. “Os prejuízos causados por acidentes são estimados em 3% do PIB mundial, cifra que chega a 5% nos países em desenvolvimento. Ao ser incluído na agenda 2030, o tema requer soluções construídas coletivamente, com a responsabilidade primária dos governos, mas com o aporte essencial da sociedade civil. É fundamental que a indústria automobilística incorpore tecnologias de segurança nas linhas de produção em todo o mundo. É fundamental que se padronize equipamentos, como é o caso dos capacetes. É sim responsabilidade dos governos engajarem-se nos debates do Fórum da ONU para harmonização da regulamentação de veículos.”
A Presidenta citou medidas adotadas no Brasil para reduzir acidentes e mortes, como a implantação da Lei Seca, que coíbe a mistura álcool e direção que, entre 2012 e 2013, contribuiu para diminuir as mortes em 6%.
Ela citou também a criação, em 2011, do Programa Parada – Pacto Nacional pela Redução de Acidentes, que promove ação de mobilização e educação e a preparação para atendimento médico emergencial proporcionado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu, cuja cobertura alcança cerca de 150 milhões de cidadãos em 2.291 municípios.
Uma das preocupações é quanto a morte de crianças vítimas de acidentes de trânsito. Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde, 500 crianças morrem diariamente em todo mundo, vítimas de acidentes de trânsito.
A Coordenadora Nacional da ONG brasileira Criança Segura, Gabriela Freitas, chama a atenção para a necessidade da conscientização de modo a reduzir esses números. “Tem várias dicas que podemos dar, mas principalmente é que uma criança de até dez anos não ande sozinha na rua, porque ela não está pronta para julgar o trânsito, e depois de dez anos que ande tendo sido orientada. Tem que ter passado por uma série de orientações como atravessar na faixa, andar sempre na calçada. A gente fala que o melhor jeito de ensinar isso para a criança é dando o exemplo.”
Ao final da 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre segurança no Trânsito, os países vão assumir novos compromissos em torno da redução de mortes e lesões causadas pelo trânsito, que estarão definidos na Declaração de Brasília sobre Segurança no Trânsito. Conforme o recém-lançado Relatório Global sobre a Situação da Segurança no Trânsito 2015, da Organização Mundial de Saúde, todos os anos, os acidentes de trânsito provocam cerca de 1,25 milhões de vítimas fatais.