Ao falar com a agência Sputnik sobre a importância desta transação para os dois países, o especialista do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias da Rússia, Vasily Kashin, observou que a primeira vez que a China mostrou interesse na aeronave foi em 2008 e solicitou oficialmente o início das negociações em 2011. Segundo ele, as negociações demoraram tanto tempo par razoes militares, políticas e técnicas.
“Em contraste com as transações da década de 1990, a China agora não está tentando fechar urgentemente os buracos dos equipamentos técnicos de suas forças. As necessidades básicas do exército chinês agora são cumpridas em um nível aceitável. Portanto, o lado chinês teve a oportunidade de negociar em um contexto mais tranquilo, assegurando com a Rússia cláusulas contratuais mais favoráveis”, afirmou Kashin.
O especialista destaca que em 2009, no período após a parada militar em comemoração aos 60 anos da República Popular da China, houve uma euforia na mídia chinesa sobre o sucesso do país na área da indústria da defesa. Assim, naquele contexto, os rumores sobre a intenção de comprar os caças Su-35 russos causaram uma reação bastante negativa no público chinês. Muitos acreditavam que a retomada das compras de aeronaves prontas da Rússia seria inadequada e incoerente com o status da China grande potência militar e industrial. Tudo isso criou um cenário difícil para as negociações.
Ele destacou também que é importante para a China encontrar formas de melhorar ainda mais seus caças, e o Su-35, de acordo com o especialista, representa o melhor desenvolvimento possível da família. “A utilização destes aviões permitirá que os chineses apliquem algumas particularidades da construção em suas novas aeronaves, mas muitas outras coisas que não podem ser copiadas dentro de um prazo razoável como motores e sistemas eletrônicos, por exemplo, a China pode receber na Rússia através de compras de componentes ou através de uma produção conjunta”, diz Kashin.
Já para a Rússia, o fornecimento das 24 aeronaves para a China também representa um bom negócio. Com a recente desvalorização do rublo, que aconteceu no final de 2014, as exportações tornam-se muito mais rentáveis do que antes. Em segundo lugar, a venda de aeronaves para um país tão influente como a China contribuir para a sua promoção da indústria de defesa da Rússia para outros mercados.