«As negociações de paz de Viena sobre a Síria colocam a Rússia como uma potência global indispensável", escreve Lucian Kim, jornalista sediado em Berlim. "Agora, com uma solução para a Síria sendo mais premente do que nunca, Obama não tem escolha a não ser tomar Putin a sério."
Se este for o caso, o próximo passo lógico seria a criação de uma coalizão verdadeiramente global a tarefa de derrotar um inimigo comum cruel.
Uma coalizão contra o EI, que incluiria os EUA, a Rússia e outras potências interessadas, é "um imperativo imediato", escreveu Ingo Mannteufel para Deutsche Welle. "O presidente francês, François Hollande, e o seu homólogo norte-americano Barack Obama parecem estar pensando nesta linha».
No início desta semana, a França e a Rússia concordaram em coordenar as atividades militares das suas forças navais no Mediterrâneo, o que poderá sinalizar o início de maior cooperação contraterrorismo entre os dois países, que recentemente sofreram ataques devastadores do EI.
No final de outubro, o grupo terrorista explodiu um avião russo de passageiros na península do Sinai, matando todas as 224 pessoas a bordo. No início desta semana, as autoridades russas confirmaram que o acidente foi um ato de terrorismo. Putin prometeu punir os responsáveis pela atrocidade.
Além disso, a França enviou um sinal claro para os EUA de que o Eliseu quer um envolvimento militar mais vigoroso na Síria. “Há limites do que podemos alcançar através de ataques aéreos. Vencer uma guerra requer o envio de forças terrestres”, disse o embaixador francês nos EUA, Gérard Araud, ao canal televisivo MSNBC.
"As palavras do embaixador sinalizam a profunda insatisfação de Hollande com a estratégia síria do presidente Obama. Esta entrevista também mostra a consequência estratégica mais ampla dos ataques em Paris. Depois de testemunhar a reação ridícula do presidente americano para com a atrocidade, a França está evitando discutir com Obama o Estado Islâmico. E não é apenas a França", escreveu Tom Rogan na National Review.
Além disso, a União Europeia parece estar tentando se reaproximar da Rússia. A Comissão Europeia quer promover a cooperação com a União Económica Euroasiática liderada pela Rússia. Além disso, o Parlamento da UE convidou dois altos deputados russos, Aleksey Pushkov e Konstantin Kosachev, bem como um conselheiro do Kremlin, Mikhail Fedotov, para uma audiência.