Segundo opinião de especialistas, a postura do novo presidente é muito mais pró-americana, o que provocou rumores de que a parceria russo-argentina, que inclui numerosos projetos científicos e tecnológicos conjuntos, pode ser congelada.
Entretanto, Hutschenreuter não concorda com estes rumores:
“Muitas pessoas acreditam que a nova administração argentina irá pôr fim a estes projetos, mas eu não acho assim”, disse o especialista à RIA Novosti.
“Eu acredito que o novo governo será pragmático quando se tratar de relações exteriores. Ou seja, irá examinar o mundo através do prisma das suas possibilidades e ganhos potenciais para os seus interesses nacionais”, acrescentou.
Emil Dabagyan, especialista do Instituto da América Latina da Academia de Ciências da Rússia, concorda em geral com o analista argentino:
“A posição de Mauricio Macri consiste em que não haverá tal parceria estratégica estreita com a Rússia tal como havia nos tempos de Cristina Kirchner. Mas todos os documentos que tinham sido assinados serão realizados, especialmente os que são mutualmente vantajosos e trarão determinadas vantagens para a Argentina. Não haverá virada cardinal nas relações russo-argentinas, mas algumas coisas ficarão ‘para trás’ porque Macri pretende estabelecer relações próximas com os EUA. Sem dúvida, a parceria estratégica da Argentina com A Rússia começará a reduzir-se e será suspensa”, disse Dabagyan à Sputnik.
German Saltrón Negretti, representante do Estado perante o Sistema Interamericano e Internacional de Direitos Humanos, advogado venezuelano, tem uma opinião diferente sobre a vitória de Macri:
“Quando começar a desenvolver as suas políticas neoliberais impostas pelo Fundo Monetário Internacional, o povo argentino lhe retirará o pouco apoio alcançado. Mauricio Macri vai tentar sabotar o Mercosul e a CELAC junto com a Colômbia, o Peru e o Chile, mas permanecem em minoria. A vitória da direita na Argentina é um revés para os povos da América Latina e do Caribe, mas o futuro de Macri e da Argentina não é muito promissor”.
“Daqui a pouco tempo o governo vai estar em sérias dificuldades quando tentar colocar em prática as políticas neoliberais que falharam no seu país recentemente, durante a década de 90, de 2001 a 2003, que levaram o país à moratória. Os povos do mundo têm dois inimigos: as políticas imperialistas dos Estados Unidos e da OTAN e aos meios de comunicação internacionais, que conseguem confundir as pessoas, ao apresentar uma realidade econômica fictícia”.
Porém, segundo ele, o futuro da América Latina em geral é risonho:
“Mas a verdade sempre prevalece no final. Na América Latina estamos confiantes em continuar a desenvolver políticas econômicas progressistas em favor de nossos povos, iniciadas pelo presidente Lula da Silva no Brasil, o presidente Chávez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, o presidente Correa no Equador e o presidente Mujica no Uruguai, todos inspirados pela Revolução Cubana do nosso comandante Fidel Castro Ruz. Continuamos lutando incansavelmente pela paz no mundo, com justiça social. Saudações fraternas a partir da República Bolivariana da Venezuela”.