A Sputnik conseguiu falar com Lamia, que foi sequestrada em conjunto com a sua irmã e a mãe grávida em Sinjar, cidade no norte do Iraque.
Lamia contou que frequentemente foi alvo de violência física por um militante do Estado Islâmico chamado de Abu Mohammed (pelos vistos, este não é o verdadeiro nome do militante, mas uma alcunha dada pelos seus companheiros, que é prática habitual no Estado Islâmico – red.), oriundo do Qatar. Segundo disse Lamia, este militante, que era dezenas de anos mais velho que ela, era responsável por lhe ensinar a recitar de cor versos do Alcorão e do Hádice de dia e à noite para fazer com que a menina se esquecesse da religião paterna dos yazidis.
Depois as cativas foram levadas para a cidade de Raqqa, que está sob o controle dos militantes do Estado Islâmico onde Lamia e a sua irmã não iam á escola. A sua mãe deu a luz um bebê no cativeiro, ao qual contra a vontade da sua mãe os militantes deram o nome de Omar.
Depois o militante decidiu vender Lamia a um outro militante, oriundo da Arábia Saudita. Segundo Lamia, ela foi avaliada pelos terroristas em um punhado de libras sírias ou dólares americanos.
Uma semana atrás, Lamia e os seus familiares (irmã, mãe e irmão) foram libertados do cativeiro pelo seu compatriota Abu Shujaa. Depois disso, decidiram dar um outro nome ao pequeno irmão de Lamia em honra do seu libertador.