Estreitamento das relações entre Arábia Saudita e Rússia altera o quadro no Oriente Médio

© AP Photo / Rob Griffith,PoolPresidente russo Vladimir Putin com o então príncipe herdeiro Salman bin Albdulaziz Al Saud, atual rei saudita, em sessão plenária da cúpula do G-20 na Austrália, em 15 de novembro de 2014
Presidente russo Vladimir Putin com o então príncipe herdeiro Salman bin Albdulaziz Al Saud, atual rei saudita, em sessão plenária da cúpula do G-20 na Austrália, em 15 de novembro de 2014 - Sputnik Brasil
Nos siga no
Alguém pode imaginar os Estados Unidos aceitando que o seu aliado mais próximo no Oriente Médio por mais de 70 anos se aproxime da Rússia, virando as costas a Washington, sem arruinar essas relações?

Vladimir Putin e Mohammad bin Salman - Sputnik Brasil
Putin discute crise síria com rei da Arábia Saudita
Seria ingênuo imaginar, por outro lado, que o mundo da política seja baseado em princípios e ética, escreveu o o site analítico What They Say About USA (O que dizem sobre os EUA) neste sábado (21) em seu artigo dedicado ao tema.

Segundo o artigo, muitas vezes os países empreendem esforços para alcançar os seus objetivos e interesses estratégicos sem se furtar a todos os meios possíveis e impossíveis. Não é nenhum segredo que as autoridades norte-americanas tem observado nos últimos meses uma aproximação entre a Arábia Saudita e Rússia, dadas as recentes visitas de alto nível entre os dois países. Desnecessário mencionar que as compras de armamentos russos, realizadas por Riade, e outros países do Golfo, são motivo de crescente preocupação de Washington. 

Enquanto isso, o rei saudita se prepara para realizar visita oficial a Moscou. Isso tudo, apesar dos dois países terem diferentes opiniões sobre a crise síria. Riade acredita que Bashar Assad não tem futuro no governo sírio. Por outro lado, Moscoou reconhece Assad como parte da solução, considera o fato de sua existência como um meio de preservar a unidade da Síria. Sua derrubada, de acordo com Kremlin, serviria de incentivo aos grupos terroristas armados como Estado Islâmico, Frente al-Nusra, e outros. 

Gás de xisto - Sputnik Brasil
Rússia pode criar aliança energética com Arábia Saudita e prejudicar os EUA
Ao perceber a recente aproximação entre Arábia Saudita e Rússia, os EUA, que ignoraram exigências da Arábia Saudita e assinaram o acordo nuclear com o Irã, empreendem grandes esforços para azedar o desenvolvimento das relações entre Moscou e Riad. Essa nova amizade afeta diretamente a sua hegemonia na o Oriente Médio, porque a Arábia Saudita é uma potência na região, e os EUA estão preocupados com a possibilidade de perder seu aliado mais próximo, após amargar uma brusca deterioração nas relações com Egito. Cairo, desde então, está trabalhando para solidificar suas relações com Pequim e Moscou, em vez de Washington. Isto irá afetar os EUA, que perderão bilhões de dólares em compras anuais de armamento por Arábia Saudita e outros Estados do Golfo. A maior parte desses recursos agora será encaminhada para a Rússia e a França, em vez dos EUA.

Washington astuciosamente incentivou a Rússia a deflagrar ataques aéreos contra a oposição síria e Estado Islâmico, que estão lutando contra Assad. Isso provocou um grande mal estar com a Arábia Saudita, que considera os ataques aéreos russos como apoio ao governo de Assad, cuja derrubada é o principal objetivo para os sauditas. Enquanto isso, os EUA estão tentando prejudicar o desenvolvimento das relações russo-sauditas em uma aliança estratégica a se erigir sobre o cadáver da crise síria. Se Washington falhar, os interesses na região podem mudar, o que alterará o equilíbrio político atual.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала