Segundo o artigo, muitas vezes os países empreendem esforços para alcançar os seus objetivos e interesses estratégicos sem se furtar a todos os meios possíveis e impossíveis. Não é nenhum segredo que as autoridades norte-americanas tem observado nos últimos meses uma aproximação entre a Arábia Saudita e Rússia, dadas as recentes visitas de alto nível entre os dois países. Desnecessário mencionar que as compras de armamentos russos, realizadas por Riade, e outros países do Golfo, são motivo de crescente preocupação de Washington.
Enquanto isso, o rei saudita se prepara para realizar visita oficial a Moscou. Isso tudo, apesar dos dois países terem diferentes opiniões sobre a crise síria. Riade acredita que Bashar Assad não tem futuro no governo sírio. Por outro lado, Moscoou reconhece Assad como parte da solução, considera o fato de sua existência como um meio de preservar a unidade da Síria. Sua derrubada, de acordo com Kremlin, serviria de incentivo aos grupos terroristas armados como Estado Islâmico, Frente al-Nusra, e outros.
Washington astuciosamente incentivou a Rússia a deflagrar ataques aéreos contra a oposição síria e Estado Islâmico, que estão lutando contra Assad. Isso provocou um grande mal estar com a Arábia Saudita, que considera os ataques aéreos russos como apoio ao governo de Assad, cuja derrubada é o principal objetivo para os sauditas. Enquanto isso, os EUA estão tentando prejudicar o desenvolvimento das relações russo-sauditas em uma aliança estratégica a se erigir sobre o cadáver da crise síria. Se Washington falhar, os interesses na região podem mudar, o que alterará o equilíbrio político atual.