Lavrov afirmou que teve uma conversa telefônica com o seu colega turco.
O ministro turco expressou as suas condolências ao chanceler russo, disse Lavrov. Todavia, o ministro turco tentou justificar as ações turcas afirmando que a Turquia não sabia que o avião era russo.
"Duvidamos que tenha sido um acidente, a gravação preparada da derrubada do avião faz pensar o contrário", disse Lavrov. "Parece mais uma provocação planejada".
Na reunião da OTAN de ontem foram ditas palavras estranhas sobre a tragédia do Su-24 russo. Não recebemos quaisquer condolências nem da OTAN, nem da União Europeia, afirmou Lavrov.
Lavrov lembrou que os aviões russos estavam no espaço aéreo sírio. Mas, se os caças russos violaram o espaço aéreo turco podem ser colocadas questões sérias porque a Turquia não usou as comunicações de emergência com a Rússia antes de abater o bombardeiro russo, disse o ministro.
"Lembrei [o chanceler turco] de que sob a iniciativa russa foi estabelecida uma linha direta entre o Centro de Controle de Defesa Nacional russo e o Ministério da Defesa turco. A linha foi estabelecida no início da operação da Força Aeroespacial russa na Síria e não foi usada nem ontem, nem antes disso, o que levanta muitas perguntas sérias", disse Lavrov aos jornalistas.
"Ao que sei, o nosso avião foi abatido por F-16 norte-americano. Seria interessante saber se a exigência dos americanos aos seus parceiros de receber autorização norte-americana para usar aviões militares recebidos dos EUA abrange ou não a Turquia", disse Lavrov.
A Rússia ainda está à espera de desculpas da Turquia quanto à derrubada do avião russo.
"Não pretendemos travar guerra contra a Turquia", disse Lavrov respondendo à questão dum jornalista.
Segundo Lavrov, "a atitude ao povo turco não mudou".
"Temos perguntas a fazer somente ao atual governo turco", notou Lavrov.
O chanceler russo acrescentou que todos os acordos com a Turquia serão revisados. Em particular, a chancelaria russa recomendou aos russos não visitar a Turquia.
Segundo Lavrov, Moscou não fecha os olhos ao fato de que os islamistas usam a Turquia como plataforma de preparação de atentados na Síria e em outros países.
"Tentamos considerar os interesses dos nossos vizinhos turcos e explicar a nossa posição através do diálogo", afirmou o chanceler russo. "Tentamos persuadi-los a promover uma política mais equilibrada, não destinada somente a derrubar Assad de todos os modos possíveis e, consequentemente, a cooperar com vários grupos extremistas", destacou Lavrov.
Ontem o chanceler russo cancelou a sua visita à Turquia depois do incidente do Su-24.
"O presidente declarou de forma clara que isso iria afetar as relações russo-turcas. Neste contexto foi decidido cancelar a reunião entre os ministros das Relações Exteriores da Rússia e da Turquia que estava marcada para amanhã (25) em Istambul", disse Lavrov aos jornalistas na terça-feira (24).