China construirá sua 1ª base naval ultramarina perto de base dos EUA no Djibouti

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Pequim planeja montar um centro naval em Djibuti, na África Oriental, para apoiar os esforços de combate à pirataria e de manutenção da paz, segundo disseram as autoridades chinesas. A futura instalação ficará perto da única base permanente dos EUA na África, supostamente usada para operações com drones.

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Segundo funcionários do alto escalão governamental da China citados pela mídia local, o governo chinês está atualmente em negociações com o governo de Djibouti para concretizar o projeto na estratégica região do Chifre da África. Eles evitaram cuidadosamente qualificar a instalação como uma "base militar" semelhante às mantidas pelos EUA em todo o mundo.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, diz que as chamadas "instalações de apoio" fornecerão "apoio logístico" para o reabastecimento, com combustível e provisões, e para o descanso de navios da Marinha chinesa. 

"A construção dessas instalações ajudará a Marinha e o Exército da China a participar mais ativamente das operações de manutenção da paz da ONU, a realizar missões de escolta nas águas perto da Somália e do Golfo de Áden, e a prestar assistência humanitária", disse o diplomata chinês em seu briefing diário na quarta-feira (25), segundo relata a Reuters.

O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, coronel Wu Qian, também se pronunciou sobre o assunto em uma coletiva de imprensa mensal, repetindo grande parte dos comentários da chancelaria, mas acrescentando um detalhe importante: a "China deseja desempenhar um papel maior na garantia da paz e da estabilidade regionais".

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De fato, Pequim vem se preparando para desempenhar um papel maior no mundo, modernizando seu Exército e sua Marinha e fazendo contribuições significativas para as operações da ONU de manutenção da paz em todo o globo. Atualmente, a China é um dos mais importantes fornecedores de tropas de paz para a África – onde Pequim tem enormes interesses econômicos, tendo investido cerca de US$ 40 bilhões no continente ao longo dos últimos 15 anos. 

Pequim também enfrenta a pressão pública para proteger seus cidadãos no exterior, especialmente depois de quatro chineses terem sido mortos por grupos terroristas na Síria e no Mali, na semana passada. Também pode ser que a China precise evacuar seus nacionais da região, como fez na Líbia em 2011 e no Iêmen, em março.

Ao mesmo tempo, a China está se esforçando para construir uma Marinha capaz de operar em águas oceânicas com alcance global. Há alguns anos, o país encomendou seu primeiro porta-aviões, batizado de "Liaoning", que construído originalmente para a Marinha Soviética. Programas navais similares para construir navios de guerra e submarinos nucleares avançados também estão em andamento.

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Ex-colônia da França, Djibouti já abriga a única base militar permanente dos Estados Unidos na África, no Aeroporto Internacional de Djibouti-Ambouli. Conhecida como Camp Lemonnier, ela abriga o Comando Africano do Pentágono (AFRICOM) e é usada para operações com drones da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA), as quais já mataram cerca de 3.000 pessoas, a maioria civis, de acordo com a revista The Economist.

Djibouti é um país de localização estratégica, na medida em que controla o acesso entre o Mar Vermelho e o Oceano Índico, e tem sido usado por marinhas internacionais — incluindo a da China — como uma base para combater os piratas da vizinha Somália.

 

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