OTAN não tem nenhuma razão para apoiar Turquia

© AP Photo / Geert Vanden WijngaertAs bandeiras dos países membros da OTAN perto da sede da OTAN em Bruxelas
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Pensar que o fato de que a Turquia é membro da OTAN pode dar ao país “carta-branca” nas suas ações é completamente errado. A aliança apoiou a versão turca do incidente do Su-24 mas a sua retórica privada pode ser contrária, destaca o jornalista checo Jakub Mares.

“Se Erdogan esperava que, por ser integrante da OTAN, podia ter ‘carta-branca’ para fazer tudo o que quisesse, tal ideia é completamente falsa”, disse Jakub Mares no seu artigo no site Blog.Respect. dedicado à geopolítica.

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Depois dos atentados em Paris, a política da França e da OTAN em relação à Rússia e à sua operação na Síria mudou. Agora percebem que precisam da Rússia para resolver a crise na Síria, sublinhou o autor.

Ao mesmo tempo, a política turca na Síria sob a liderança de Erdogan é parcialmente uma “pedra no sapato”, por causa do seu comércio dinâmico com o Estado Islâmico.

Para a OTAN, a Turquia é um membro indispensável porque controla [os estreitos de] Bósforo e Dardanelos, mas a política regional da Turquia está em conflito com a dos outros membros. Podemos assumir que, independentemente do apoio público das ações de Erdogan quanto ao Su-24 russo, os comentários privados dos líderes da OTAN podem ser diametralmente contrários, destacou.

Em termos diplomáticos, o passo da Turquia não agradou a ninguém, disse o jornalista, acrescentando que a aliança não tem razões específicas para apoiar fortemente Ancara.

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Caso o objetivo principal da Turquia tenha tido um caráter geopolítico – evitar por exemplo a formação da coalizão contra o Estado Islâmico e a resolução da situação na Síria primeiramente tendo em conta os seus interesses na região – agora terá que ter em conta os esforços renovados principalmente da França e da Rússia.

Toda a situação no Oriente Médio está se  deteriorando significativamente e há um grande risco de uma escalada maior. Todavia, para a Rússia é mais fácil agora prestar apoio ao governo de Assad e às Forças Armadas sírias, destaca o autor.

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