Kirchner é admirada no mundo árabe por discurso contra os EUA, diz médico do MSF no Iêmen

© REUTERS / Carlo AllegriCristina Kirchner acena antes de discursar na Assembleia Geral da ONU
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A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, publicou hoje (1º) no Twitter uma carta escrita por um traumatologista argentino dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), na qual o remetente conta uma história passada no Iêmen que, segundo suas palavras, deve “encher de orgulho” a mandatária do país latino-americano.

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Identificado apenas como Dr. Raúl, o médico relata que, certo dia, conversando com um cirurgião local, se lamentava porque, dada a insegurança da situação vivida pela população civil no Iêmen, não tinha permissão para sair do hospital e conhecer a cidade em que estava.

Seu colega, então, teria respondido que o fato era realmente uma pena, principalmente porque Dr. Raúl era argentino – “o único que poderia caminhar sem nenhum problema pelas ruas”.

Para explicar sua constatação, o cirurgião teria então mostrado ao colega latino-americano um vídeo, traduzido para o árabe, do último discurso feito por Kirchner na ONU. Em seguida, segundo a carta, outro médico teria se aproximado e mostrado o mesmo vídeo em seu celular.

“Disseram-me que nunca havia existido um dirigente de um país em desenvolvimento que tenha tido a coragem de dizer na cara dos políticos do 1º mundo o que você [Kirchner] disse neste fórum”, lê-se na mensagem do traumatologista.

A carta segue ressaltando o fato de a presidente da Argentina ser tão admirada em uma cultura onde as mulheres não têm muita voz.

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“Conheço bastante bem o mundo árabe – viajei ao Afeganistão, Egito, Dubai, Marrocos, Paquistão e alguns países africanos muçulmanos – e é a primeira vez que mencionam um argentino com respeito e admiração que não seja Maradona ou Messi”, escreve o remetente.

No último dia 28 de setembro, Kirchner fez o último discurso de sua gestão perante a Assembleia Geral da ONU. Ela aproveitou a ocasião para fazer duras críticas aos chamados fundos abutres e ao governo dos EUA, o qual acusou de hipocrisia.

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