Mas a coisa mais triste na situação é o fato de que a questão de migrantes não é a única em que países integrantes da União Europeia divergem…
“Cotas migratórias” é derivado da frase “o problema não é meu”?
As cotas propostas nos finais de setembro pela Comissão Europeia preveem a distribuição de 40 mil refugiados que já atingiram a Grécia e a Itália entre outros países da União Europeia durante os próximos dois anos.
De acordo com as estimativas da ONU, cerca de um milhão de refugiados podem chegar ao bloco europeu até o final do ano corrente fugindo das guerras na África e no Oriente Médio, provocando a mais grave crise migratória desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Uma desgraça nunca vem só
A crise migratória e o desacordo sobre a questão de cotas atraiu outro problema que já existiu por um tempo – que tem a ver com a base da zona do Acordo de Schengen.
Mas, como é sabido, ideia é uma coisa, e a realização prática é outra.
Muitos especialistas já chamaram atenção ao problema. Por exemplo, o deputado da Assembleia Nacional Francesa Jacques Myard disse à Sputnik:
"É claro que precisamos fechar as nossas fronteiras. A utopia do Schengen deve ser reconsiderada”.
Por mais tolerantes que os europeus sejam, parece que tudo tem fim. Na situação atual é o fim de paciência com as ideias de Bruxelas.
O recente relatório do Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (EBRD na sigla em inglês) divulgou que a zona de euro enfrenta uma nova “espiral de turbulência” em relação direta com a crise de refugiados.
“A incerteza constrange a política interna da Grécia. Se o novo programa de resgate concordado com o governo grego e os credores em julho de 2015 enfrentar dificuldades na sua implementação, a zona do euro começará um novo período de turbulência econômica”, divulgaram os especialistas do banco no relatório.
E ainda mais – a União Europeia tem sérios problemas com o orçamento e a razão é a crise migratória: o Fundo Monetário Internacional recentemente, na véspera da cúpula da G20, avaliou que os gastos da UE podem aumentar em bilhões em relação à necessidade de distribuição e adaptação de refugiados no território dos respectivos países.