Na quarta-feira (2) os países-membros da OTAN convidaram Montenegro a começar negociações sobre a adesão do país ao bloco militar.
O poeta declarou que nenhum sérvio (ele considera que os montenegrinos e os sérvios são um só povo) nunca lutava na frente oriental, qualquer que fosse o exército em qual servira.
“Mesmo Hitler não exigiu que os governos ocupados enviassem soldados à frente oriental para lutarem contra os seus compatriotas e correligionários. A OTAN existe primeiramente com ênfase neste frente e nesta guerra”, disse.
É geralmente sabido que nem todos estão de acordo com a decisão de se aderir à Aliança miltiar. Mesmo após o referendo sobre a independência montenegrina da Sérvia, ocorrido em maio de 2006, Montenegro continua sendo um Estado muito dividido, não só do ponto de vista geopolítico, porque deixou o Kosovo e a Sérvia, com os quais se manteve em coexistência como um Estado único por mais de uma centena de anos, mas também do ponto de vista político.
Vários cidadãos de Podgorica (capital de Montenegro) entrevistados por um correspondente da Sputnik provaram que não apoiam a decisão, para a maioria deles a notícia recente não tem importância:
“O fato que nós recebermos a convite não significa, que fará bem para nós. Roubaram-nos tudo. O povo mesmo não tem bastante [dinheiro] para comprar o pão”, declarou um taxista, sublinhando que ele soube da decisão através de seus passageiros.
Outro entrevistado, um homem velho que após se aposentar está forçado a vender cigarros na rua disse:
“E podemos passar a OTAN no pão?”
Na altura o governo do país declarava que os protestos visaram minar a adesão de Montenegro à OTAN e alegaram enxergar “a mão de Moscou” nos acontecimentos.
Mas o Kremlin tem declarado várias vezes que não tem nada a ver com os acontecimentos e também tem expressado constantemente sua preocupação com a crescente presença militar da Aliança ocidental no Leste Europeu, advertindo que a situação pode ameaçar a estabilidade regional e global.