Em sua entrevista à Sputnik, o político afirmou que a maioria dos montenegrinos não apoia a ideia de o país se tornar parte da OTAN e, por isso, a linha política de adesão à OTAN contradiz os interesses nacionais de Montenegro (país balcânico que tem limites com a Sérvia, Albânia e Bósnia e Herzegovina). Na sua opinião, o estatuto neutro do país é a melhor variante, que deve ser apoiada tanto por Moscou como por Bruxelas.
"Esta foi a primeira intervenção militar da OTAN desde a sua formação em 1949 e claramente percebemos que o seu alvo era destruir a república socialista da Jugoslávia e arrancar o Kosovo da Sérvia", afirmou Knezevic.
Knezevic declarou que, caso o seu país receba o convite oficial para se juntar à OTAN, o seu partido criará uma vasta coalizão de organizações políticas, não-governamentais e intelectuais. Segundo Knezevic, o único modo de expressar a vontade da população montenegrina sobre o assunto é um referendo.
Todavia, as autoridades do país decidiram realizar o seu objetivo através do Parlamento onde, segundo a Constituição, 21 votos de 81 são suficientes para aprovar a respectiva lei.
Ao mesmo tempo, segundo Knezevic, o objetivo principal de tal política do líder montenegrino Milo Djukanovic não é dispor Montenegro contra a Rússia aderindo à OTAN, mas permanecer ao poder.
A Rússia reconheceu a independência de Montenegro depois do referendo de 2006 e se tornou o maior investidor do país até 2008, quando Montenegro mudou a sua política e reconheceu o Kosovo, agravando as relações com a Sérvia e aspirando a aderir à OTAN.
Knezevic afirmou que Djukanovic mantém o seu poder balançando entre a Rússia e o Ocidente. Knezevic disse que o grupo dos políticos liderado por Djukanovic tem reprimido Montenegro por muitos anos, acrescentando que ele tem estado à frente do país por mais de 27 anos, o que é ainda mais que Josef Stalin.
O líder do partido declarou que, pouco depois do referendo de 2006, a mídia passou a ser controlada, espalhando a russofobia e a propaganda da OTAN. Djukanovic acusa a Rússia e a Sérvia de estimularem os protestos em Montenegro.
É conhecido que Petar I de Montenegro, santo considerado o fundador do Estado montenegrino, que lutou contra Napoleão ao lado da Rússia, avisou contra renegar a "Mãe-Rússia que nos defende".
Segundo Knezevic, "Se a OTAN existisse naquela altura, os historiadores tentariam provar que Petar I queria dizer a OTAN e não a Rússia".
No início de outubro, os Estados Unidos anunciaram a disposição de acelerar a adesão de Montenegro à OTAN para dezembro. A oferta foi sugerida por Washington durante uma reunião de chanceleres da Aliança, mas na condição de o país balcânico continuar a implementar reformas e a trabalhar para aumentar o apoio da população à adesão à OTAN.
A Rússia, por sua vez, tem expressado constantemente a sua preocupação com a crescente presença militar da Aliança no Leste Europeu, advertindo que a situação pode ameaçar a estabilidade regional e global.