Por iniciar as manifestações de rua a Frente Democrática seriamente dividiu a sociedade e todos que se apostam o premiê podem se juntar ao movimento.
Mesmo após o referendo sobre a independência da Sérvia realizado em maio de 2006 Montenegro continua um Estado muito dividido. Do ponto de vista de geopolítica o país mudou-se muito porque em 2008 admitiu a independência de Kosovo da Sérvia, com o qual é unida por mais de centena de anos de coexistência como o Estado único e também em 2014 introduziu sanções contra Rússia, apesar muitas asseverações de amizade duradoura.
Atualmente a cena política é dividida por dois blocos que são diametralmente opostos – um pode ser descrito como pró-OTAN e pró-Montenegro e outro é pró-Sérvia e anti-OTAN. É de notar que os acontecimentos de protesto atuais na capital favorecem ambos os lados, mas o premiê Djukanovic, que gostaria de evitar a realização de manifestações na véspera de adesão à Aliança militar.
O que a Rússia tem a ver com isso? Nada!
A Rússia expressou a sua opinião sobre os acontecimentos no país báltico em 17 de outubro, 25 dias após o início dos protestos. A nota oficial do Ministério das Relações Exteriores divulgou:
“Forma-se a opinião de que o alvo de Montenegro de se juntar à OTAN o mais breve possível prevê ao mesmo tempo a repressão de vistos alternativos.”
O colunista russo da edição online Vzglyad Yevgueni Krutikov chamou atenção ao fato de que a oposição de Montenegro não pode ser vista como pró-russa, porque apoia a neutralidade militar do seu país.
“Eu nunca tinha ouvido qualquer retórica pró-russa deles. Ninguém deles pediu a embaixada da Rússia intervir o conflito ou exigiu apoio russo”, sublinhou.
Um dos líderes da oposição, o líder do partido Nova Democracia Sérvia, Andrija Mandic, declarou que os protestos são apoiados pela maioria de cidadãos:
“Exigimos a realização de eleições honestas e transparentes em Montenegro. Por trás das nossas exigências não estão nem a Rússia, nem a Sérvia, nem a América, nem a Europa. Por trás deles só estão os cidadãos comuns de Montenegro.”