Relatório revela como Daesh adquiriu armas

© AFP 2023 / Satin HamedUm militante prepara um cinto de munição
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As armas que o grupo terrorista Daesh usa no Iraque e na Síria, antes de chegarem às suas mãos, podem ter passado por uma rede complexa de compra e venda, envolvendo o Reino Unido, os EUA e outras nações ocidentais, segundo o novo relatório da Anistia Internacional.

Várias décadas de transferências de armamentos pouco regulads ao Iraque, bem como a falta de controle no terreno, permitiram o Daesh munir-se de um enorme arsenal letal, que agora é usado para cometer crimes de guerra e crimes contra a humanidade de grande escala no Iraque e na Síria.

A organização divulgou no seu relatório “Análise: o Armamento do Estado Islâmico” ('Taking Stock: The arming of Islamic State') que as armas vieram dos EUA e do Reino Unido porque, após a primeira Guerra do Golfo, muitos armamentos foram deixados em várias cidades. Além destas, no período da guerra até à atualidade foram fornecidas outras armas que também acabaram nas mãos do Daesh.

O relatório divulga que as armas britânicas, após a ocupação do Iraque em 2003, também chegaram às mãos dos terroristas.

Mas a Anistia Internacional sublinha que a maioria de armas foi obtida nos estoques previamente controlados pelo exército iraquiano. Muitas dessas armas também foram fornecidas por países ocidentais:

“O Reino Unido esteve envolvido no abastecimento de serviços de segurança iraquianos. No início do 2007, a China enviou aproximadamente 20.000 armas de assalto ao Reino Unido para sem seguida serem fornecidas aos serviços de segurança iraquianos”.

A organização sublinha:

“Similarmente, entre março de 2005 e dezembro de 2006, vários armamentos ligeiros foram exportados da Bósnia e Herzegovina e da Sérvia ao Reino Unido, e depois reexportados para o Iraque.”

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Ainda de acordo com o relatório, após assumir o controle de Mosul, a segunda maior cidade do Iraque, em junho de 2014, os militantes do Daesh retiraram uma grande quantidade de armas fabricadas internacionalmente dos estoques iraquianos. Eles incluíram armas e veículos militares fabricadas nos EUA, usados posteriormente para ocupar outras partes do país, com consequências devastadoras para a população civil nessas áreas.

Vários tipos de armas capturadas ou adquiridos ilicitamente permitiram aos terroristas levar a cabo uma terrível campanha de violência. Execuções sumárias, estupro, tortura, sequestro e tomada de reféns obrigaram centenas de milhares de pessoas a fugir ou a se tornarem  deslocados.

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