O Conic, com sede em Brasília, reúne as Igrejas Católica Apostólica Romana, Episcopal Anglicana no Brasil, Evangélica de Confissão Luterana, Presbiteriana Unida e Sirian Ortodoxa de Antioquia. O Conselho foi fundado em 1980 e tem se posicionado desde então sobre as questões que dizem respeito ao Brasil e à sociedade brasileira.
Dom Flávio explica que o Conic decidiu se pronunciar contra o impeachment presidencial porque durante todo o ano tem acompanhado “uma caça à presidente”, e isso tem prejudicado a economia do país, atingindo diretamente o povo brasileiro.
“Nós percebemos que o país está vivendo um processo de instabilidade desde a eleição de 2014. Mesmo antes da posse da Presidenta Dilma já existiam alguns sinais de que certos grupos, principalmente a oposição, não aceitaram o resultado da eleição. Isso tem se verificado o ano todo, e não é bom para o país, não é bom para a sociedade. Isso também traz consequências econômicas muito sérias, e que acabam atingindo a grande maioria dos brasileiros, porque toda instabilidade política gera instabilidade econômica e acaba atingindo a capacidade do país em gerar emprego e receber investimentos. Com o agravamento da crise, que resultou no pedido de impeachment, achamos por bem nos colocar diante disso, condenando essa atitude, que é uma atitude política, que acaba não levando em consideração o bem do país, mas apenas a resolução de alguns problemas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.”
Para Dom Flávio Irala, a presidente, na direção do Governo, pode até ter cometido erros políticos – nem todo mundo concorda com a linha econômica que foi adotada nesse segundo mandato – mas ela tem tido uma conduta correta.
“O que se pode afirmar é que ela tem sido uma pessoa honesta, tem tido uma conduta inatacável, e não há nada que sustente um pedido de afastamento da presidente, de alguém que foi eleito para quatro anos. Nós achamos que ela pode ter seus erros, e devem ser criticados, ser analisados e ser combatidos até, mas nunca se justificaria o afastamento de um presidente. Até porque geraria uma instabilidade institucional muito grande.”