A alegação de Macri era de que a Venezuela não tem um sistema democrático perfeito, e por isso, dizia o presidente eleito da Argentina, caberia a aplicação da Cláusula Democrática do Pacto de Ushuaia.
Na segunda-feira, 7, porém, logo após o Presidente Nicolás Maduro reconhecer a derrota do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), governista, nas eleições legislativas do domingo, Macri felicitou os vencedores da coalizão venezuelana de oposição MUD (Mesa da União Democrática) e encarregou a sua futura ministra das Relações Exteriores, Susana Malcorra, de tornar pública a sua desistência de propor a suspensão da Venezuela do Mercosul.
A proposta seria formalmente apresentada na segunda-feira, 21 de dezembro, quando a Cúpula do Mercosul estará reunida em Assunção para a transmissão da presidência rotativa do bloco, do Paraguai para o Uruguai.
Sobre o assunto, Sputnik Brasil ouviu a Professora Cintiene Sandes, do curso de Defesa e Gestão Estratégica da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, especialista em questões relacionadas ao Mercosul e em integração regional. Ela diz não acreditar que “tenha sido uma mera coincidência” a fala de Macri logo após a sua eleição e esta de agora, após as eleições parlamentares venezuelanas. O que o novo Governo argentino pretendia, comenta a especialista, “era que o Governo chavista de Maduro perdesse força”.