No recente artigo, os autores nem sequer mencionaram o fato de que os seus colegas russos foram os primeiros a registrar o fenômeno, segundo informou o site analítico What They Say About USA (O que dizem sobre os EUA).
Magnetic interstellar plasma helps pinpoint source of mysterious radio bursts from space: https://t.co/37G24RyJvr pic.twitter.com/AbaFLgChUo
— Science News (@ScienceNews) 6 декабря 2015
Embora o fenômeno, que também pode ser chamado de “explosões rápidas de rádio” ou, na sigla em inglês, FRB (fast radio burst) tivesse sido descoberto ainda nos meados do século XX, os seus primeiros sinais reais só foram registrados em 2007. Neste ano, o astrofísico oriundo da União Soviética Evgeny Mazets com coautores descreveu o primeiro caso de captação destes sinais.
O principal mistério é que ninguém sabe a causa da origem das explosões rápidas de rádio.
"Fast radio burst" sheds new light on origin of these extreme events https://t.co/uoVK7Rajti pic.twitter.com/nX5G8RJTGf
— Astronomy Magazine (@AstronomyMag) 2 декабря 2015
Outro problema é que é muito difícil detetar as ondas, não só porque duram um milionésimo de segundo, mas também porque sempre existe um tipo de ruído espacial de fundo.
O primeiro caso registrado do fenômeno mostrou que as ondas tinham origem não em qualquer local da galáxia, mas eram emitidos da direção da Grande Nuvem de Magalhães, segundo foi descoberto por cientistas russos. No mesmo ano (2007), dois investigadores do Instituto Estatal de Astronomia Sternberg da Universidade Estatal de Moscou, Sergey Popov e Konstantin Postnov, publicaram um artigo na qual explicaram as suas teorias de origem das ondas. Além disso, eles sugeriram um mecanismo, que mostra como essas explosões podem ter origem em magnetares — estrelas de nêutrons magnetizadas.
“A situação era parecida à erupção de raios gama, descoberta nos anos 1960: alguma coisa explode nos céus, mas não vemos onde acontece”, disse à publicação russa Gazeta.ru Sergei Popov.
No artigo publicado na última edição da revista Nature, pesquisadores liderados por Kiyoshi Masui, da Universidade de British Columbia (Canadá) concluíram que, qualquer que seja a fonte das misteriosas explosões, em torno dela deve existir uma grande quantidade de substância por onde os sinais passam.
"Isso reduz muito as restrições sobre as condições da origem e tipo de eventos que levam à explosão. Os eventos preveem que a fonte do impulso pode estar dentro de uma região de formação de estrelas ou restos de supernova", diz Masui.
Segundo ele, a hipótese de ser uma estrela magnética, proposta pela primeira vez por cientistas russos (que, no entanto, os autores não citam) é mais plausível do que as explicações ligadas à fusão de estrelas de nêutrons, porque tais fusões ocorrem em áreas com menor densidade de matéria nas galáxias.
Mas o interesse pelo mistério das FRB é bastante alto e os cientistas continuam publicando cerca de dois artigos semanalmente sobre este tema.