Mais uma vez gostaria de chamar a atenção para o fato de que, durante toda a operação na Síria, nós apresentamos dados do controle objetivo das nossas ações de combate, inclusive o controle dos alvos atingidos.
Claro que é a sua escolha.
Mas nos incomoda o fato de a mesma atitude ser muitas vezes usada na tentativa de avaliar as nossas ações de combate contra grupos terroristas na Síria.
Para a comunidade internacional já é óbvio, como se diz, who is who [“quem é quem” em inglês] na luta contra o terrorismo internacional.
Por mais que nós eliminemos com força e precisão os militantes, os nossos colegas nos criticam sempre, tentando por várias maneiras desviar a atenção da opinião pública.
Vou dar vários exemplos.
Na semana passada, surgiu a informação sobre a alegada instalação de uma nova base aérea russa de povoação de Shairat.
Não é preciso ser um brilhante especialista militar para compreender que só bastam 30-40 minutos para qualquer avião russo atingir o ponto mais distante na Síria a partir da base de Hmeymim, onde o grupo de aviação russa está baseado.
Qualquer necessidade de ação rápida que implique a instalação de novas “bases aéreas” russas no território da Síria, tal como foi inventado pelos “estrategas de sofá”, não existe e não existiu.
Vou também comentar informações, que citam fontes anônimas no Pentágono, sobre a alegada presença de nossos aviões no ataque aéreo realizado em 6 de dezembro contra AS tropas do governo sírio na região de Deir ez-Zor.
Primeiramente vêm os fatos.
Foram mortas quatro e feridos 12 pessoas.
Vou lembrar que nós coordenamos as nossas sorties na Síria com a gerência do movimento aéreo e com o Estado-Maior de tropas de governo sírio.
Não estavam aviões russos sobre a região.
Os nossos colegas do Pentágono sabem disso.
Em conformidade com o memorando assinado, nós avisamos oportunamente eles sobre o tempo e as rotas de voos do nosso grupo aéreo na Síria.
Os representantes do Pentágono já afirmaram que em 6 de dezembro os aviões da Força Aérea norte-americana estavam operando na região, a 55 quilômetros do local do ataque.
Tudo isso é verdade mas não é a verdade completa.
No céu sobre o povoado de Deir ez-Zor estavam dois pares de aviões de combate de outros dois países da coalizão anti-Daesh.
Será que a razão é que a aviação da coalizão recebe toda a informação sobre os alvos do Daesh na Síria do mesmo Pentágono?
E mais do que isso, os ataques aéreos errados da coalizão estão levando mais vidas de sírios.
Poucos dias atrás, em resultado de um ataque da coalizão na aldeia de Al-Khan, segundo informaram ativistas do Conselho Sírio de Direitos Humanos, mais uma vez morreram dezenas de civis.
Pois nós desde o início da operação já muitas vezes sugerimos aos norte-americanos organizar a troca de informações disponíveis sobre a localização de alvos dos terroristas na Síria.
Se não torna-se, como se diz na Rússia, “grande gabador, pequeno fazedor”.