Pronto, falei: Montenegro não quer realizar referendo sobre adesão à OTAN

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O premiê de Montenegro, Milo Djukanovic, declarou que a decisão sobre a adesão do país à OTAN não será tomada pelo Parlamento e não será preciso realizar o referendo sobre a questão.

A declaração de Djukanovic foi avaliada pela oposição como "escandalosa". Segundo ela, a decisão sobre questões estratégicas deve ser tomada somente pelos cidadãos de Montenegro.

Segundo o líder do partido de oposição Nova Democracia Sérvia, Andrija Mandic, a declaração é importante no sentido de que, mais uma vez, mostra a irresponsabilidade política de Djukanovic. Em declarações à Sputnik, Mandic sublinhou que, desta forma, o premiê montenegrino empurra o país para novos conflitos.

“Aquele que deseja o bem do Montenegro não empurrará o país à OTAN, porque isso só será bom não para Montenegro, mas para alguém do exterior. Os 28 países da OTAN enviaram um sinal claro a Montenegro: eles querem que a parte norte do mar Mediterrâneo, com 200 km de litoral, que ainda não pertence à OTAN, passe a pertencer”, disse Mandic.

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O político montenegrino sublinhou especialmente que os agentes locais da Aliança Atlântica “devem ajudar a alcançar isso”.

Ainda de acordo com o político entrevistado pela Sputnik, os países ocidentais têm dossiês criminais de funcionários montenegrinos, que eles usam para atingir os seus alvos.

Mas nem todos partilham dessa opinião.

O vice-presidente do Movimento Para a Mudança, Koca Pavlovic, partido que apoia a adesão de Montenegro à OTAN, declarou à Sputnik que a questão deve ser resolvida em referendo:

“Quando Djukanovic diz que o referendo é um sinal de fraqueza do governo, ele, de fato, mostra quem é o autocrata balcânico, quem vê qualquer forma de democracia, especialmente a direta, como sinal de imaturidade da elite política”, disse.

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Um especialista russo em questões balcânicas, Evgueni Krutikov, opinou à Sputnik que, se o referendo for realizado, isso não será bom para Djukanovic, qualquer que seja o resultado:

“Ele [o referendo] criaria a base jurídica para o surgimento da oposição unida à OTAN, e criaria problemas para Djukanovic e o seu entorno. Nós veríamos certamente quantos adversários da adesão à Aliança há em Montenegro”.

Segundo o especialista russo, “o Parlamento votaria conforme ‘é preciso’, porque a maioria pertence ao partido de Djukanovic e aos seus aliados”.

“Claro que a recusa do referendo criará o risco de agravamento da situação, especialmente caso o regime de Djukanovic continue a tratar cruelmente das pessoas que saem às ruas expressando a sua opinião”, sublinhou Krutikov.

Lembramos que, em 2 de dezembro, a Aliança Atlântica convidou Montenegro a começar negociações sobre a adesão. Mas, segundo pesquisas de opinião pública e informação obtida nas ruas por jornalistas, a maioria dos cidadãos não apoia a decisão de aderir à Aliança Atlântica.

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