Rússia mantém 'boas relações' com 'todas as principais forças políticas' no Brasil

"Mantemos boas relações com todos. Na situação atual, muitos deles estão em polos opostos, mas é importante (…) que nós mantenhamos contatos com todas as principais forças políticas", disse Aleksandr Shchetinin em entrevista à agência de notícias Sputnik.

A declaração é feita pelo representante da chancelaria russa no contexto da crise política que se aprofundou no Brasil desde o dia 2 de dezembro, quando o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, aceitou a abertura do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. 

Dilma têm recebido inúmeras críticas relacionadas à má condução da economia do país e ao escândalo de corrupção na Petrobras. No entanto, não há nenhuma prova de envolvimento da presidenta em crime de responsabilidade, fato que desqualifica legalmente o processo de impeachment no regime presidencialista.

Por outro lado, Cunha — terceiro na linha de sucessão da Presidência, depois do vice-presidente Michel Temer — é investigado pela Operação Lava Jato, acusado de receber propina. Além disso, documentos enviados pela Suíça à Procuradoria Geral da República comprovam que o deputado tem contas secretas no país europeu. 

As relações da Rússia com os países da América Latina e do BRICS – bloco do qual o Brasil também faz parte – têm se fortalecido particularmente desde 2014, à medida que os laços de Moscou com os EUA, a União Europeia e seus aliados têm se enfraquecido em meio às sanções antirrussas impostas pelo Ocidente devido à crise na Ucrânia.