A Arábia Saudita formou uma coalização militar islâmica de 34 países contra o terrorismo. O centro de comando operacional unido será baseado na capital da Arábia Saudita, Riad. Segundo a declaração oficial, a coalização é criada para “resistir ao terrorismo que se tornou uma ameaça para interesses da nação islâmica” e também “partindo do direito de nações à autodefesa”.
Na opinião de um analista dos assuntos do Oriente Médio do grupo internacional de especialistas IHS, Firas Abi Ali, é pouco provável que a coalização islâmica atinja alguns resultados sem realizar uma operação terrestre. Ele opina que o Daesh só pode ser derrubado retomando territórios dos terroristas e mantendo controle sobre esses territórios; mas ainda não há evidências que a nova aliança esteja tomando as medidas necessárias.
O especialista sublinhou que nem todos os países-membros confirmaram a sua participação.
É interessante que o Líbano está entre os membros da coalização mas a chancelaria do país ainda não sabe sobre isso.
“O Ministério das Relações Exteriores do Líbano confirma que não possui nenhuma informação sobre a criação da coalização islâmica para lutar contra o terrorismo”, diz-se no comunicado oficial da chancelaria libanesa.
Na opinião de Firas, a criação da coalização é uma tentativa de alargar o clube de países que apoiam a Arábia Saudita como o líder do mundo sunita.
Outro especialista, Sam Kiley, considera que criar a tal coalização significa agravar a situação na região. A ameaça principal nesta situação com a coalização é que excluiu o Irã xiita bem como a Síria e o Iraque, afirmou.
O especialista opina que é provável que o Irã fará uma tentativa de criar uma aliança semelhante que consistirá de países xiitas.
Quanto ao Paquistão, o analista político local Wajahat Masood opina que a decisão de participar da coalização foi inesperada, mas não surpreendeu.
“O governo paquistanês depende da ajuda externa, principalmente a saudita, para resolver problemas internos, formar orçamento etc.”, disse Masood à Sputnik.
O especialista disse que tudo dependerá da percepção do terrorismo pela coalização.
“Na nossa percepção o terrorista é alguém que usa armas para obrigar outros a se submeter às suas exigências, políticas ou religiosas. Alguém que mata com este objetivo e está disposto a cometer qualquer crime”, afirmou, acrescentando que para os sauditas o terrorista é qualquer pessoa que ameaça ao regime atual do país.
Também afirmou que o regime saudita não é tão sólido que parece e a coalização islâmica pode ser um instrumento para prevenir um roteiro dramático.
O especialista paquistanês opina que a criação da coalização é mais um passo para o mundo multipolar. Além disso os últimos desenvolvimentos convenceram da superioridade moral e ética da Rússia.