Brasil vai usar drones para monitorar exploração sustentável de florestas

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A partir de 2016, a fiscalização das áreas concedidas pela União para a exploração sustentável de madeira em florestas controladas pelo Governo Federal vai ganhar um reforço. Essas áreas serão monitoradas através de drones, veículos aéreos não tripulados.

Os equipamentos vão ser utilizados pelo Serviço Florestal Brasileiro. O órgão subordinado ao Ministério do Meio Ambiente vai fazer licitação para a compra de três equipamentos no valor de até R$ 87 mil cada, incluindo os softwares e os computadores necessários.

Atualmente, o Serviço Florestal Brasileiro conta com cerca de 840 mil hectares sob concessão florestal, o que gera uma produção em torno de 100 mil metros cúbicos de madeira por ano. Até 2023 a expectativa é de aumentar para 7 milhões de hectares de florestas concedidas para uma produção de 4 milhões de metros cúbicos de madeira.

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O gerente de monitoramento do Serviço Florestal, José Humberto Chaves, explica que os equipamentos já atuam em caráter de teste, e a expectativa é de que eles substituam o trabalho de campo dos técnicos na contagem da madeira retirada em áreas de concessão.

De acordo com Chaves, o uso da tecnologia dos drones vai ajudar a acelerar o sistema de rastreamento da madeira legal, além de reduzir o custo de hoje com o envio da equipe técnica do Serviço Florestal para fiscalizar seis áreas de concessão.

“Para garantir que a produção de madeira da concessão seja feita dentro dos critérios estabelecidos em contrato, garantir para a sociedade que esta madeira vem de fonte legal e sustentável, nós precisamos aperfeiçoar os instrumentos de monitoramento. Nós realizamos alguns estudos utilizando drones, e isso nos permitiu quantificar, por exemplo, 25 mil metros cúbicos de madeira, o que corresponde a cerca de 700 carretas de madeira carregadas, num prazo de poucas horas. Se nós fôssemos medir essa quantidade de madeira em campo, gastaríamos duas semanas utilizando 6 pessoas. Nós temos avançando muito no uso dessas tecnologias, e pretendemos já para o ano de 2016 usar o drone como uma ferramenta, um instrumento de monitoramento da madeira da concessão, com um custo muito mais baixo.”

Segundo José Humberto Chaves, com a previsão de aumento da área concedida para o manejo sustentável, a adoção de novas tecnologias será fundamental para o trabalho do Serviço Florestal Brasileiro. Até o final de 2015 serão mais de 875 mil hectares de florestas onde é permitido o corte de árvores para produção de madeira legal, em que se extrai anualmente cerca de 1 milhão de metros cúbicos da matéria-prima, usada, por exemplo, nas indústrias moveleira e da construção civil.

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O gerente de monitoramento do Serviço Florestal ressalta que o sistema de rastreabilidade está sendo aperfeiçoado para permitir que a madeira da concessão seja rastreada ao longo de toda a cadeia de produção, oferecendo maior segurança em todo o processo. A fiscalização individual poderá ser feita por meio do celular, depois que um sistema de chip eletrônico for adotado para identificar a madeira.

"O consumidor que adquirir uma madeira serrada proveniente da concessão florestal, ou um importador da Europa ou dos Estados Unidos que tiver também adquirido essa madeira, vai poder, por meio de um aplicativo de celular, identificar a rastreabilidade da madeira e saber exatamente de qual área e de quais árvores e qual a coordenada geográfica das árvores que geraram os produtos que está adquirindo.”

O manejo sustentável está regulado no Brasil desde 2009, quando uma resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) o definiu como "administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema".

A primeira operação regulada conforme as regras do Conama aconteceu em setembro de 2010, na floresta de Jamari (RO). No ano passado, a arrecadação de tributos com o manejo rendeu mais de R$ 8 milhões.

40% da arrecadação são direcionados para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Já o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal, Estados e municípios ficam cada um com 20% do valor.

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