"A UE está sob ameaça e, sem dúvida, a situação é extremamente alarmante. Ninguém pode dizer se a UE vai existir em sua forma atual daqui a dez anos", disse Schulz, em entrevista ao site de notícias tcheco Novinky.
Schulz lamentou o fato de que alguns Estados membros da UE estejam interessados em enfraquecer o bloco, ao mesmo tempo em que acusam Bruxelas de não conseguir resolver os principais desafios da contemporaneidade.
Como exemplo, ele se referiu à falta de vontade de alguns países europeus de lidar com a crise migratória, dizendo que apenas cinco países, Grécia, Itália, Áustria, Alemanha e Suécia, arcam atualmente com todo o “fardo” de abrigar os imigrantes e refugiados.
"Se nós distribuíssemos um milhão de refugiados entre os 508 milhões de cidadãos dos 28 países da UE, teríamos resolvido este problema", disse Schulz.
Em relação às propostas do primeiro-ministro britânico David Cameron de reformar o bloco, Schulz disse que a melhor escolha tanto para Bruxelas quanto para Londres seria manter o Reino Unido como um membro de pleno direito da UE.
"Alguns dos requisitos do primeiro-ministro britânico David Cameron são muito difíceis de implementar, na medida em que eles se relacionam com as liberdades fundamentais do mercado interno", disse Schultz, se posicionando contra a restrição da liberdade de circulação dos cidadãos.
Ao mesmo tempo, ele ressaltou a importância das propostas britânicas destinadas a transformar a UE em um projeto mais dinâmico, o que, segundo ele afirma esperar, pode conduzir a um acordo mutuamente vantajoso.