Segundo Gilberto Ramos, para o Brasil, a Rússia não é apenas um mercado, mas um parceiro.
“Existe muita complementaridade entre os dois países. Nós não concorremos em nada, apesar de até hoje a pauta bilateral ser concentrada, na parte brasileira, apenas na exportação de produtos agropecuários.”
O presidente da Câmara Brasil-Rússia destaca, neste ano, o avanço na exportação brasileira para a Rússia de carne suína e avícola, por conta do embargo norte-americano.
Gilberto Ramos também chama atenção para a exportação brasileira de produtos lácteos para a Rússia.
“Começaram a ser vendidos queijos, leite em pó e até manteiga. Isso nunca tinha entrado no mercado da Rússia.”
Ele explica, no entanto, que, por conta do câmbio desfavorável, a meta acordada entre os países de atingir um patamar de US$ 10 bilhões nas relações comerciais pode não ser concretizada, porque as importações dos produtos da Rússia para o Brasil caíram um pouco.
“Com o câmbio desfavorável, caíram as importações. A corrente comercial hoje, até novembro, fechou em US$ 4,3 bilhões. No ano passado, até dezembro, foram quase US$ 7 bilhões. Neste ano a corrente deve cair bastante, em função desse cenário recessivo. Esses números oscilam.”
O empresário chama atenção, no entanto, para a necessidade de mais representações de empresas do Brasil na Rússia, e vice-versa.
“A economia na área do esporte é gigantesca, e nós temos que aproveitar esse momento da realização das Olimpíadas aqui para buscar alguns legados. Vamos coordenar várias reuniões de negócios com a Rússia e vamos dar apoio a todas as delegações que vierem de lá. Através dessas delegações, pretendemos atrair empresas russas a conhecer melhor o mercado brasileiro.”