"Quanto à crise síria, posso dizer que é fácil para nós trabalhar com o presidente Assad e com os EUA. Eu já havia falado sobre isso com o presidente Obama e com os nossos amigos da Arábia Saudita, e de outros países árabes," disse Putin em uma entrevista para o filme documentário "Ordem Mundial" de Vladimir Solovyov, que será transmitido no canal de TV Rossiya-1.
O presidente acrescentou que a Rússia não muda a sua posição [para com a Síria] porque não é hipócrita.
"Perguntamos às pessoas em primeiro lugar: se concordam conosco sobre isso ou não. E eles disseram 'sim' relativamente aos pontos-chave da resolução da crise [síria]. Nós, então, desenvolvemos a nossa posição sobre essas partes que são comuns e aceitáveis", acrescentou Putin.
A Síria tem estado em guerra civil desde 2011, com o governo do país lutando contra um número de fações da oposição, bem como contra grupos islâmicos radicais, incluindo o Daesh — proibido na Rússia – e a Frente al-Nusra.
Os Estados Unidos, ao lado de outras nações ocidentais, se pronunciavam várias vezes que querem que Bashar Assad seja afastado do poder. Moscou considera Assad como autoridade legítima no país.
Um projeto da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas para a Síria foi aprovado na sexta-feira (18) e apela a um cessar-fogo imediato, inclui um cronograma previamente acordado sobre um governo de transição na Síria, a realização de eleições monitoradas pela ONU e reitera o desejo de ser o povo sírio a decidir o futuro da Síria.
Além disso, a Rússia está aberta e pronta para a cooperação com os países europeus nos setores econômicos e políticos, e também no combate ao terrorismo, disse o presidente russo.
"Os países europeus estão interessados na cooperação econômica e política, bem como na luta contra o terrorismo. Cooperem com a Rússia", disse Putin na entrevista, acrescentando que "nós não vamos nos ofender por causa das sanções".