O levantamento revela, por exemplo, que 30% das aves existentes em todo o mundo estão em território brasileiro, o que torna o país o detentor da maior diversidade de fauna nativa do planeta.
A secretária da Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Ana Cristina Barros, explicou que anteriormente as espécies animais existentes no Brasil eram calculadas por estimativas, e agora, a partir do Catálogo Taxonômico da Fauna Brasileira, essa verificação vai ficar muito mais organizada.
“Quando são feitos os estudos de expansão, projetos de infraestrutura, é preciso ter uma forma muito clara e única para identificar as espécies encontradas, e esse catálogo traz o esforço coordenado de mais de 500 especialistas, quase 50 organizações, universidades e centros de pesquisa, e ele oferece essa chave de identificação única, para que não haja erros na hora de dizer que bicho é aquele.”
Ana Cristina Barros alerta que através da ferramenta digital do catálogo será possível verificar a localização dos animais pelas regiões em que vivem no Brasil e os tipos de ameaças que eles sofrem, ampliando o cuidado nas áreas de preservação.
“A partir deste catálogo nós podemos fazer um exercício de priorização espacial, onde no Brasil a maior parte dessas espécies está concentrada. E onde, no Brasil, essas espécies que sofrem algum tipo de ameaça, que têm alguma vulnerabilidade, onde elas estão? E, onde elas estiverem, nós temos cuidados maiores no licenciamento, na expansão do agronegócio, e investindo mais nos planos de ação nacional, que são os planos que o Brasil tem para resgatar o status de conservação das suas espécies.”
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ressaltou durante a apresentação da pesquisa que a base de dados fornecida pelo catálogo também vai alimentar outros sistemas, como por exemplo o que autoriza a exportação e importação de animais.
“São 28 ramos de categorias. Foram dois anos de construção do sistema”, destacou a ministra. “Isso vem também dar conta de um trabalho que nós estamos conduzindo aqui no Ministério, de integração das informações, também para outras instituições ambientais, que possam também tomar decisões em relação ao uso do território, e que a questão da fauna é determinante no Brasil.”
Todo o trabalho de pesquisa feito para o Catálogo vai ser apresentado no Encontro de Diversidade Biológica, que acontecerá em 2016 no México. Segundo ainda a Secretária Ana Cristina Barros, a Convenção do México vem de um compromisso que o mundo inteiro assinou, de 20 metas de conservação, e uma delas é a importância de ter bases sólidas da academia científica organizadas e disponíveis para o público, como é o caso desse primeiro Catálogo Taxonômico da Fauna Brasileira. De acordo com a secretária, a meta do Brasil é de retirar de risco 100% dos animais até 2022.
“A Convenção de Diversidade Biológica vem de um compromisso que o mundo inteiro assinou, de 20 metas de conservação, as Metas de Aichi. Nos últimos anos, depois de 2010, nós internalizamos, nós abrasileiramos essas metas. São 20 ainda, e uma delas fala da importância de a gente ter bases sólidas da academia científica sistematizadas e disponíveis para o público. O mundo diz que todos os biomas devem ter 17% da sua área em unidades de conservação. Nós do Brasil internalizamos isso, dizendo que para a Amazônia 17% eram pouco. Quando abrasileiramos, dissemos 30%, e estamos com 47%. O Brasil vai fazer muito bonito mostrando que pode se desenvolver com conservação da biodiversidade.”
O Catálogo com o sistema de informação sobre a biodiversidade brasileira está disponível gratuitamente para pesquisadores e para quem tiver interesse no portal www.sibbr.gov.br