Treta! Internet reage à resposta da chanceler venezuelana a Macri na Cúpula do Mercosul

© AFP 2023 / Jorge RomeroChanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, mostra fotos das manifestações de 2014 em Caracas, durante sua resposta ao presidente argentino Mauricio Macri, na Cúpula do Mercosul
Chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, mostra fotos das manifestações de 2014 em Caracas, durante sua resposta ao presidente argentino Mauricio Macri, na Cúpula do Mercosul - Sputnik Brasil
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O novo líder argentino e a chanceler venezuelana roubaram a cena durante a reunião de chefes de Estado da Cúpula do Mercosul. Em resposta ao pedido do Presidente Mauricio Macri pela libertação de “presos políticos” na Venezuela, a Ministra Delcy Rodríguez o acusou de defender os “violentos” na Venezuela e os torturadores da ditadura na Argentina.

​Rodríguez, enviada pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro, que resolveu não participar da reunião desta segunda-feira (21), disse que o novo governo argentino estava violando os princípios do direito internacional, particularmente o direito à não-ingerência nos assuntos internos de um Estado e o direito à autodeterminação dos povos.

​A ministra também estava preparada para responder às previsíveis críticas que Macri faria em relação aos direitos humanos na Venezuela, tanto que estava munida de fotos que supostamente comprovavam o caráter violento que as manifestações contra o governo chavista tomaram em Caracas no ano passado.

​“O senhor está defendendo esta pessoa, nós sabemos”, disse ela, mostrando uma foto de Leopoldo López, líder oposicionista venezuelano condenado a 13 anos de prisão por seu suposto papel nos protestos que deixaram 43 mortos no país no ano passado.

​Lopez foi acusado de incitação pública à violência, incêndio intencional e danos à propriedade pública, entre outros delitos. Sua libertação foi um dos objetivos em que Macri mais insistiu durante sua campanha eleitoral na Argentina. 

"O senhor está defendendo esse tipo de manifestação. O senhor está defendendo esta violência política. Bazucas foram usadas nessas supostas manifestações durante o ano de 2014 na Venezuela”, acrescentou a chanceler venezuelana, exibindo outras imagens aos líderes reunidos na Cúpula. “Incendiaram o Ministério Público. Incendiaram serviços públicos essenciais”.

​Em seguida, Rodríguez disse que entendia por que Macri defendia a libertação desses opositores “violentos” na Venezuela, alegando saber “que um de seus primeiros anúncios [de Macri] foi liberar os responsáveis pelas torturas, desaparecimentos e assassinatos durante a ditadura na Argentina”.

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Posteriormente, a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, disse que o Presidente Macri não responderia à acusação porque esta estava baseada em uma informação errônea. Na verdade, o presidente argentino teria se manifestado contra a libertação dos torturadores e dito que os julgamentos dos crimes contra a humanidade continuariam, depois que um editorial do jornal La Nación pedira a libertação dos repressores de idade avançada condenados por crimes contra a humanidade durante a ditadura. O jornal, segundo a rede TeleSUR, usara parte de uma frase dita por Macri por ocasião de sua vitória eleitoral para dar título ao editorial: “Sem mais vingança”.

​Além disso, entretanto, Rodríguez também destacou os “duplos padrões” e a “dupla moral” do presidente argentino, dizendo que a líder do movimento social Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, estava sendo acusada na Argentina por convocar manifestações contra o governo de Macri. 

​"Se vamos falar de direitos humanos de forma franca, como pediu o Presidente Macri, temos que fazê-lo sem padrões duplos e sem dupla moral. (…) Não podemos falar de direitos humanos para defender os violentos que causam ações de natureza terrorista nem para penalizar ou criminalizar os protestos sociais", disse a ministra.

​Como não podia deixar de ser, a resposta contundente da chanceler foi motivo de brincadeiras entre os internautas, especialmente entre os argentinos que criaram a hashtag #MacriVerguenzaNacional ("Macri, vergonha nacional")…

​ Confira a resposta na íntegra de Delcy Rodríguez a Mauricio Macri:


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