Abdurrahman Abdulhadi, de 20 anos de idade, é sírio de origem árabe. Ele foi feito prisioneiro pelas forças curdas em dezembro de 2015, na aldeia de Heresta, região de Al-Hasakah. O irmão dele continua combatendo no Daesh, também conhecido como Estado Islâmico.
«Em agosto de 2014 fiz a instrução militar, dirigida por um dos emires do Daesh em Adana. Éramos 60, a instrução passou na aldeia perto do aeroporto. De manhã acordávamos, praticávamos esporte. Uma vez por semana praticávamos tiro, nos ensinaram como usar os AK-47, metralhadores e outros tipos de armas».
O militante frisou que o treinamento passava na Turquia já que os comandantes do Daesh consideravam que era mais seguro do que na Síria. Não era possível ensinamento militar na Síria por causa dos bombardeios.
«Na mídia escreveram que passámos treinamento no campo militar do Exército Livre da Síria mas, na verdade, todas as 60 pessoas que lá estavam integravam o Daesh. Eram cidadãos sírios, muitos deles de início tinham chegado à Turquia para ganhar dinheiro, depois aderiram ao Daesh».
O prisioneiro também disse que o seu encargo principal da organização terrorista era encontrar sírios que haviam chegado à Turquia:
«Estabeleci contatos com os sírios pela Internet, os ajudei a chegar à Turquia e começar o treinamento… Depois do treinamento, os enviávamos para Urfa, dalí — para Raqqa. De Raqqa eram distribuídos por várias regiões da Síria».
Abdurrahman Abdulhadi também revelou a origem dos armamentos dos terroristas:
«As armas eram fornecidas ao Daesh a partir do Iraque em carros civis sob disfarce de ajuda humanitária, alimentos. Os armamentos pesados eram fornecidos de al-Shaddadi [cidade no nordeste da Síria]. Eu também estive lá por algum tempo, trabalhei no reconhecimento do Daesh. O comandante me enviou para a aldeia de Efir, na região de Hol. Passei lá uma noite, na noite seguinte, em 11 de dezembro de 2015, as tropas das YPG atacaram as nossas posições e capturaram nós dois. Na povoação de Hol, o emir era um francês chamado Abu Yuahya».
O militante capturado disse que tem pena de ter entrado no Daesh:
«O que eu pensava do Daesh e o que enfrentei na realidade são coisas diferentes».