O Partido de Justiça e Desenvolvimento teme que tal autonomia possa incentivar outros movimentos separatistas na região e em especial na Turquia em um momento em que autoridades montaram uma campanha militar contra militantes curdos — o que faz muitos dizerem que o país está à beira de uma guerra civil.
“Assim, o Daesh fica em segundo lugar (como prioridade) para a Turquia neste momento”, apontou Rollo.
Ancara mede seus esforços contra o Daesh em termos de como eles impactam os curdos. “Acredito que enquanto parecer para a Turquia que o resultado de derrotar o Daesh será fortalecer as forças curdas na Síria, então isso será um problema ainda maior para eles do que o Daesh”, opinou o jornalista.
Ancara vem executando ataques aéreos contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) desde meados de 2015, quando o cessar-fogo entre o governo e a organização militante foi deixado de lado. Ao mesmo tempo, o envolvimento da Turquia na conta contra o Daesh tem sido limitado, embora o país seja integrante tanto da coalizão internacional liderada pelos EUA quanto da coalizão saudita. Ambas têm como objetivo destruir o grupo terrorista.
“Bem, a principal prioridade de Ancara é impedir o separatismo dentro da Turquia e também fortalecer a oposição sunita árabe dentro da Síria, garantindo que os sunitas estejam em posição de ditar os termos de qualquer acordo de paz que seja eventualmente estabelecido na Síria”, afirmou Rollo.