O anúncio do teste norte-coreano dividiu as atenções. A maior parte dos países condenou veementemente a iniciativa de Kim Jong-un. O Secretário-Geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, pediu moderação à Coreia do Norte e lembrou que o país coleciona advertências das Nações Unidas para não realizar testes com armas nucleares. Mas outros países, como os Estados Unidos, questionaram o anúncio da detonação, sugerindo que Kim Jong-un pode estar blefando.
O especialista Diego Pautasso, professor de Relações Internacionais da Unisinos e da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio Grande do Sul, está convencido de que o anúncio de Kim Jong-un não deve ser menosprezado.
“Tudo indica que a detonação da bomba miniaturizada de hidrogênio aconteceu”, comenta Pautasso. “Isto porque há muito tempo a Coreia do Norte vinha sinalizando que viria a causar um grande impacto mundial. Além disso, mesmo sendo um país pobre, a Coreia do Norte faz grandes investimentos em sua indústria bélica e no seu arsenal militar. E não é só isso: Kim Jong-un está convencido de que a sua estratégia de assustar e preocupar o mundo é eficaz para que seu país consiga se libertar das sanções a que está submetido.”
Quanto à questão de quem ganha com este estado de tensão, Diego Pautasso é bem específico:
“Há interesse da própria Coreia do Norte, que se vê como beneficiária desta situação, mesmo tendo de investir grandes somas em seu poderio militar. E há o interesse dos Estados Unidos em permanecer na região, muito próximo à Coreia do Sul e ao seu outro grande parceiro na Ásia, o Japão. Estas atitudes da Coreia do Norte reforçam nos Estados Unidos a convicção de que suas tropas devam estar sempre atentas e presentes naquela problemática região da Ásia.”