E se os xiitas da Arábia Saudita resolverem se separar e levar seu petróleo para o Irã?

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Na Arábia Saudita governada por uma monarquia sunita, o petróleo está concentrado majoritariamente em regiões habitadas por xiitas, o que alimenta o "medo mais profundo" de Riad, segundo artigo de Jon Schwarz para o The Intercept: e se os sauditas xiitas resolverem se separar e aliar suas regiões ricas em petróleo com a teocracia xiita do Irã?

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Schwarz cita um mapa criado pelo Dr. M.R. Izady, professor de Estudos do Oriente Médio e História na Escola de Operações Especiais da Força Aérea dos EUA (USAF), que mostra que, "devido a uma correlação peculiar da história religiosa e da decomposição anaeróbica do plâncton, quase todos os combustíveis fósseis do Golfo Pérsico estão localizados embaixo dos xiitas".

​A Arábia Saudita não é uma exceção a esta regra. Os principais campos petrolíferos do país estão localizados na maior província do reino – a Província Oriental, de maioria xiita. O proeminente clérigo xiita Nimr al-Nimr, recentemente executado por Riad – fato que desencadeou uma onda de indignação e protestos entre os xiitas do mundo todo –, vivia na aldeia local de al-Awamiyah.

"Se esta seção do leste da Arábia Saudita fosse se separar, a realeza saudita seria reduzida a apenas alguns [velhos] de 80 anos sem nada a não ser uma grande quantidade de tintura de barba e prescrições de Viagra", escreveu Schwarz. "Assim, um dos medos mais profundos da família real saudita é que um dia os xiitas sauditas se separem, com seu petróleo, e se aliem ao Irã xiita".

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A este respeito, a Casa de Saud certamente vê qualquer vitória xiita na região como uma ameaça direta ao seu bem-estar, prossegue o autor. Por exemplo, a invasão do Iraque pelos EUA, em 2003, adicionou combustível à fogueira, uma vez que as forças norte-americanas derrubaram o regime sunita de Saddam Hussein e substituiram-no por um xiita, apoiado pelo Irã.

"Claro, é muito simples dizer que tudo o que acontece entre sauditas e iranianos pode ser rastreado até ao petróleo. O desdém e até o ódio pelos xiitas parecem ser parte do DNA da versão peculiarmente sectária e beligerante que a Arábia Saudita tem do Islã", acresentou o analista.

No entanto, o petróleo segue sendo um dos fatores mais importantes nas tensões entre sunitas e xiitas.

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