A sonda recebia luz solar por períodos de apenas uma hora e meia, enquanto para garantir o funcionamento normal de suas baterias solares é necessária uma exposição ao Sol de seis a sete horas seguidas.
Em junho de 2015 a sonda entrou inesperadamente em contato com a nave espacial Rosetta que está na órbita do cometa, mas depois de algumas semanas a conexão foi perdida novamente e os especialistas da Agência Espacial Europeia passaram os últimos seis meses tentando recuperá-la.
Agora, segundo sublinham Stefan Ulamec, chefe do projeto, e funcionário do DLR Koen Geurts, a equipe de engenheiros da Philae está 100 por cento certa de que um receptor e um transmissor do sinal de rádio a bordo do lander estão fora de serviço e mais duas antenas estão enterradas no solo ou trabalham com interrupções.
Uma das variantes que pode ser executada hoje (11) pressupõe a ligação da assim chamada roda de aterrissagem – um dispositivo cuja rotação estabilizou a Philae durante o pouso no cometa. Segundo esperam os engenheiros da missão, a sua ligação permitirá limpar a superfície das baterias solares do módulo de poeira e talvez o force a se mover para a parte mais clara da fenda nas rochas onde está a sonda.
Segundo disseram Ulamec e Geurts, o sinal recebido em 21 de dezembro do ano passado sobre o qual escreveu a mídia finlandesa foi uma esperança falsa – foi gerado por quaisquer processos na superfície do cometa e não pelas antenas da Philae. Porém, os cientistas ainda esperam conseguir acordar o módulo até o final de Janeiro, quando as condições no cometa tornarão muito difícil o funcionamento do lander.
Se isto não acontecer, a Rosetta ainda vai receber os sinais da Philae por algum tempo da superfície do cometa desfrutando de todas as chances possíveis, segundo sublinham os chefes da missão, para efetuar completamente o programa científico da Philae. A Rosetta, segundo os planos e estimativas contemporâneos, irá trabalhar na órbita do cometa até setembro de 2016, quando irá aterrissar na sua superfície.
O cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko foi descoberto em 1969. O engenho espacial Philae foi lançado em 2 de março de 2004 para o espaço a bordo do foguete-portador da família Ariane 5, do cosmódromo de Kourou, na Guiana Francesa.
Os cientistas planejam com a ajuda do módulo estudar a constituição química do núcleo do cometa. Segundo eles, "no núcleo do cometa pode haver substâncias a partir das quais foi formado o sistema solar." Tais dados poderão ser a chave para o conhecimento da origem da vida na Terra.