Obama ameaça credibilidade da mídia norte-americana?

© AFP 2023 / Patrick T. FallonUma pessoa assista a mensagem à Nação do presidente Barack Obama em inglês
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Jornalistas dos Estados Unidos estão reclamando repetidamente do alto nível de repressão ao qual eles têm sido submetidos pela administração Obama, segundo relata o site What They Say About USA, reproduzindo um artigo publicado originalmente no Zeiten Schrift.

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O texto em questão, assinado pelo jornalista Klaus Faißner, lembra que o atual chefe de Estado dos EUA foi eleito em 2008 como uma promessa de salvação não apenas para o seu país, mas para todo o mundo. Com o seu slogan "Yes, we can!”, Obama reuniu multidões em diferentes partes do planeta, prometendo acabar com as armas nucleares, normalizar as relações com a Rússia, retirar as tropas norte-americanas do Iraque e do Afeganistão e fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba. 

Como primeiro presidente negro dos Estados Unidos, a expectativa, segundo o artigo, era a de que ele se comportasse como o extremo oposto do seu antecessor, George W. Bush, cujo governo foi marcado por uma série de conflitos ao redor do globo e por verdadeiros atentados contra liberdades básicas do seu próprio povo. E foi exatamente assim que a mídia o apresentou e que a comunidade internacional o aceitou, levando-o inclusive a vencer o Nobel da Paz em 2009. Entretanto, toda essa euforia parece contrastar profundamente com a realidade de suas políticas até o momento.

"O que a imprensa não estava divulgando, no entanto, foi que durante esse curto período Obama assinou mais ordens para ataques com drones do que Bush em seus oito anos de presidência. E esses foram ataques que causaram catastróficos níveis de baixas civis, as quais a América simplesmente chama pelo eufemismo de 'danos colaterais'", escreve o jornalista. 

Além disso, de acordo com o What They Say, Obama demonstrou pouca preocupação real com suas promessas de fechar Guantánamo e de melhorar as relações com a Rússia, ao mesmo tempo em que trabalhou intensamente para desestabilizar a situação no Oriente Médio. 

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Apesar do peso dessas grandes controvérsias, a grande questão tratada pela publicação diz respeito às declaradas intenções do líder norte-americano de tornar o seu governo o mais transparente possível, alegando que isso fortaleceria a democracia no seu país. Outro discurso que acabou sendo esquecido pelo governante que, segundo Faißner, expandiu, na verdade, as políticas de desinformação do seu antecessor. 

"Nenhum presidente depois de Richard Nixon foi tão agressivamente oposto à mídia, como demonstrado no texto escrito pelo ex-editor-chefe do Washington Post, Leonard Downie, publicado em 2013 — sobre a liberdade de expressão nos Estados Unidos. Downie disse que a administração Obama estava operando uma política de desinformação", utilizando métodos eletrônicos para espionar jornalistas e perseguindo outros agentes de imprensa e fontes envolvidas em investigações. 

"Apesar das promessas da administração de acabar com o 'sigilo sem razão' que marcou a era Bush, Obama continuou, na verdade, a expandi-lo. Frequentemente, documentos totalmente irrelevantes são classificados como ultrassecretos, fazendo com que os repórteres tenham sistematicamente o acesso negado (a esses documentos)".

Para finalizar, Faißner acrescenta que os funcionários do governo norte-americano adquiriram o hábito de levar para o lado pessoal diferentes tipos de artigos que criticam as políticas atuais do país. 

"Para afastar o aumento da frequência desses artigos, a administração Obama está apelando cada vez mais para o Ato de Espionagem de 1917. Embora este só tenha sido empregado três vezes nos primeiros 90 anos de sua existência, no período de 2009 a 2013, era Obama, oito funcionários do governo foram acusados" com base nessa lei, incluindo o ex-administrador de sistemas da CIA Edward Snowden, responsável por denunciar os esquemas ilegais de espionagem eletrônica utilizados pela inteligência dos EUA.

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