No dia 21 de fevereiro, os bolivianos irão às urnas responder, em referendo, se o presidente da República poderá encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta de emenda constitucional permitindo a possibilidade de disputar um novo mandato de forma consecutiva.
Nas declarações que tem prestado, Morales enfatiza que esta aspiração não tem nada de pessoal, frisando que ela reflete as expectativas populares e de organizações sociais como, entre várias outras, o MAS (Movimento Ao Socialismo).
Para Roberto Santana, professor de História e de Políticas Públicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a posição de Evo Morales é correta:
“Além da grande revolução democrática que Evo Morales vem implementando nos últimos anos, com maior participação popular em todas as esferas de poder na Bolívia, os movimentos sociais e os aliados político-partidários contribuíram para que ele fosse eleito presidente da República por três vezes consecutivas.”
Entre os fatores que contribuem para o crescimento econômico da Bolívia (na casa dos 5%) estão, segundo Roberto Santana, a forma como o Governo administra a sua maior riqueza, a venda de gás, a integração das comunidades indígenas à cadeia produtiva nacional e, futuramente, o processamento no país de outras grandes riquezas, seus minérios. Até aqui, os minérios bolivianos são extraídos e exportados in natura. Em breve, serão processados no próprio país, o que permitirá à Bolívia aumentar as suas receitas externas.