A quantidade de grupos anti-imigrantes e anti-islamistas tem crescido rapidamente na Europa enquanto os governos europeus tentam lidar com a onda sem precedentes de buscadores de asilo que são frequentemente acusados de cometer crimes o que aumenta o sentimento de insegurança entre os cidadãos europeus. Entre eles estão os “Soldados de Odin”, que tomaram o nome do principal deus na mitologia nórdica.
Streets of #Kelmi in #Finland are getting patrolled by a group of Finnish men called ''Soldiers of Odin''. pic.twitter.com/17ZORcZuB2
— Michaël Dicaire (@Eire_QC) 11 января 2016
Segue a íntegra de entrevista com o vice-chefe do grupo:
Sputnik: Quando e por quem foi criado o grupo?
Vice-chefe: O grupo foi criado em 19 de setembro 2015 na cidade de Kemi por um homem chamado Mika Ranta.
S: Vocês cooperam de alguma maneira com a polícia local ou operam de forma autônoma?
V: Sim, cooperamos – quando eles nos veem nas ruas das cidades onde opera o nosso grupo, eles se aproximam e se comunicam conosco.
S: Como corre em média um dia típico para vocês?
V: Temos membros do grupo que trabalham em horas diferentes – e além disso, todos têm um trabalho principal. Por isso no grupo trabalhamos em turno – alguns chegam de manhã, alguns de tarde. E graças a isso é bastante fácil para nós organizarmos patrulhas 24/7 nas ruas.
S: Qual é a atitude da população local em relação a vocês?
V: Eles, na sua maioria, suportam-nos – quase todo dia pessoas chegam à rua para nos agradecer pelo que fazemos. Claro que há o lado oposto – as pessoas que contam histórias sobre nós que metem medo e tentam nos estigmatizar de todas as maneiras.
S: Quantos membros estão no grupo neste momento?
V: É difícil dizer definitivamente porque o grupo começou a se expandir bruscamente para outros países, mas neste momento há cerca de 500 membros na Finlândia.
Entre as autoridades finlandesas também não há posição unânime sobre o grupo. Assim, o primeiro-ministro finlandês Juha Sipila disse à emissora YLE nesta terça-feira (12) que “patrulhas civis não podem assumir a autoridade da polícia”.
“Eu acho que esta prática parece muito suspeita”, comentou sobre a atividade dos “Soldados de Odin” o procurador-geral da Finlândia Matti Nissinen nesta quinta-feira (14).
Porém, o chanceler do país, Timo Soini, disse que as pessoas “têm o direito de aderir” às patrulhas.
Em 2015 a Finlândia recebeu 32 mil refugiados, um crescimento significativo após 3,6 mil buscadores de asilo que chegaram em 2014.